Mensagens vazadas sugerem que Alexandre de Moraes usou o TSE para perseguir opositores. Conheça as reportagens da Folha de S. Paulo que expõe Moraes.
Uma série de reportagens da Folha de S. Paulo revelou mensagens vazadas indicando que assessores do ministro Alexandre de Moraes teriam solicitado relatórios do TSE fora do rito formal para investigar suposta fake news e suposta rede de milícias digitais. Essas mensagens, trocadas entre agosto de 2022 e maio de 2023, sugerem que Moraes escolheu alvos e ajustou relatórios para fundamentar decisões contra bolsonaristas. A revelação gerou reações fortes em Brasília, com pedidos de CPI e impeachment de Moraes, enquanto o ministro afirma que todas as ações foram oficiais e documentadas.
Imagem de Alexandre de Moraes, ministro do STF. | Foto: Sergio Lima / AFP.
Uma série de reportagens do jornal Folha de S. Paulo trouxe à tona uma série de mensagens vazadas que indicam possíveis irregularidades envolvendo assessores do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. As mensagens, trocadas entre agosto de 2022 e maio de 2023, sugerem que pedidos foram feitos fora do rito formal para que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) produzisse relatórios sobre investigados nos inquéritos das fake news e das milícias digitais.
O Conteúdo das Mensagens
De acordo com a reportagem, os diálogos no WhatsApp mostram que a assessoria de combate à desinformação do TSE foi utilizada como um braço investigativo do gabinete de Moraes. Em alguns casos, os alvos de investigação eram escolhidos pelo próprio ministro ou por seu juiz assessor. Relatórios teriam sido ajustados quando não satisfaziam Moraes, criando um texto pré-determinado para embasar sentenças, como multas ou bloqueios de contas em redes sociais.
O juiz instrutor Airton Vieira, principal assessor de Alexandre de Moraes no STF, demonstrou em áudios a preocupação com a forma de atuação dos gabinetes do ministro. OUTRO LADO: Ministro e seus auxiliares foram procurados e não responderam aos questionamentos. 📲 Leia mais na… pic.twitter.com/Mim4M4krzP
— Folha de S.Paulo (@folha) August 13, 2024
Principais Envolvidos
As mensagens envolvem figuras-chave como o juiz instrutor do gabinete de Moraes no STF, Airton Vieira; o juiz auxiliar de Moraes no TSE, Marco Antônio Vargas; e o perito criminal Eduardo Tagliaferro, chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do TSE. Tagliaferro deixou o cargo em 2023 após ser preso por suspeita de violência doméstica.
Infográfico da reportagem da Folha de S. Paulo
Reações e Consequências
A revelação das mensagens provocou uma forte reação em Brasília. Senadores e deputados, incluindo Flávio Bolsonaro, pediram a abertura de uma CPI e o impeachment de Moraes, alegando interferência ilegal nas eleições. Flávio Bolsonaro afirmou que, se confirmado, o caso representa uma prova de interferência direta e criminosa do presidente do TSE nas eleições.
Resposta de Moraes
O gabinete de Alexandre de Moraes emitiu uma nota afirmando que todas as determinações e solicitações foram feitas de maneira oficial e documentada, com a devida participação da Procuradoria Geral da República. Moraes defendeu que os relatórios descreviam objetivamente postagens ilícitas nas redes sociais, ligadas às investigações de milícias digitais.
Divisão de Opiniões
Enquanto aliados do governo veem a reportagem com reservas, figuras como Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário, classificaram a matéria como sensacionalista e uma tentativa de desacreditar o STF. Por outro lado, críticos de Moraes, como o pastor Silas Malafaia, questionaram a legitimidade do ministro para continuar no STF.
8 Publicações da Folha de São Paulo expondo Alexandre de Moraes
A linha do tempo das publicações da Folha de S. Paulo entre 13 e 14 de agosto de 2024 expõe o ministro Alexandre de Moraes, detalhando como ele teria usado o TSE fora do rito formal para investigar opositores. As mensagens revelam que Moraes escolhia alvos e pedia ajustes em relatórios contra aliados de Bolsonaro, enquanto o gabinete do ministro defende que todos os procedimentos foram oficiais e regulares. As publicações destacam a centralização de poder por Moraes e o impacto dessas ações nos julgamentos.
Segue abaixo a linha do tempo de publicações da Folha de São Paulo expondo o ministro Alexandre de Moraes:
1) Moraes usou TSE fora do rito para investigar bolsonaristas no Supremo, revelam mensagens
OUTRO LADO: Gabinete do ministro diz que procedimentos foram oficiais e regulares
13.ago.2024 às 17h18
2) Moraes escolheu concentrar poder em vez de corrigir vícios
Tolerância com omissão da PGR e ocupação de espaço pelo ministro são duas partes da mesma história
13.ago.2024 às 18h08
3) Moraes reage após mensagens e diz que procedimentos foram oficiais e regulares
Ministro afirma que TSE tem competência para produzir relatórios e que ações estão documentadas em inquéritos com participação da PGR
13.ago.2024 às 20h51
4) Mensagens secretas escancaram Moraes investigador, acusador e julgador
Simulação de atos contra o golpismo bolsonarista vem à luz do dia para o julgamento da história
13.ago.2024 às 19h29
5) Moraes escolhia alvos e pedia ajustes em relatórios contra bolsonaristas, mostram mensagens
OUTRO LADO: Gabinete do ministro do STF diz que procedimentos foram oficiais e regulares
14.ago.2024 às 4h00
6) Moraes atuou fora do rito contra bolsonaristas; entenda em 5 pontos
Gabinete do ministro no STF ordenou por mensagens e de forma não oficial a produção de relatórios pelo TSE para embasar decisões
14.ago.2024 às 8h10
7) Uso do TSE por Moraes mirou Eduardo Bolsonaro e série de aliados de ex-presidente
OUTRO LADO: Ministro afirma que todos os procedimentos ‘foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados’
14.ago.2024 às 12h28
8) Moraes silencia sobre mensagens que indicam uso do TSE fora do rito e discursa sobre redes sociais
Diálogos obtidos pela Folha mostram que o gabinete do ministro ordenou de forma não oficial produção de relatórios contra bolsonaristas
14.ago.2024 às 13h01
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