Mariana Eustáquio sofre toque vaginal por agentes federais e adolescente diz que “me senti estuprada” para agentes do conselho tutelar que fingiam não ouvir nada.
Mariana Eustáquio, filha do jornalista exilado Oswaldo Eustáquio, relatou ter sido tocada em órgão genital durante uma operação de busca da Polícia Federal (PF) em sua casa, ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes. Os advogados da família classificaram a ação como abusiva e desproporcional. A PF, no entanto, afirmou que a operação seguiu o Código de Processo Penal. A investigação envolve o uso das redes sociais de Mariana por seu pai, acusado de disseminar desinformação e incitar atos antidemocráticos.
Imagem da Adolescente de 16 anos, Mariana Eustáquio. | Foto: Reprodução / Redes Sociais.
A filha de 16 anos do jornalista exilado na Espanha, Oswaldo Eustáquio, afirma ter sido apalpada no órgão genital durante uma operação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal (PF). A operação, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, ocorreu na casa onde ela mora com a mãe, no Lago Sul, em Brasília. Segundo a jovem, a revista foi realizada após nove policiais não conseguirem localizar seu celular.
Os advogados da família Eustáquio apresentaram uma representação à Corregedoria da PF, alegando “abusos” durante o procedimento. A PF, por sua vez, defendeu a legalidade da ação, afirmando que seguiu o Código de Processo Penal (CPP).
A operação começou por volta das 8h, desta quarta-feira (14), quando os policiais chegaram à residência. A Advogada da família Dra. Taniele Telles, só conseguiu chegar na casa de Mariana, por volta das 12h, a princípio, foi impedido o acesso da advogada a casa por quase 30 minutos pelos policiais federais. Segundo Telles, Mariana estava muito abalada e desesperada com a situação provocada pelos policiais.
“Eu fui falar com ela, e ela começou a chorar, entrou em desespero. Começou a perguntar se ela também seria presa igual o pai dela”, disse Telles ao jornalista Emílio Kerber.
Entrevista da Dra. Taniele Telles, advogada da família Eustáquio ao Jornalista Emílio Kerber
O mandado de busca e apreensão, incluía revista íntima em Mariana Eustáquio e sua mãe, Sandra Mara Volf Pedro Eustáquio. A revista pessoal foi realizada por uma delegada mulher presente na operação. Segundo os advogados, a adolescente se assustou e deu um pulo quando foi tocada no órgão genital.
A representação enviada à corregedoria da PF destaca a desproporcionalidade da operação, que envolveu nove policiais, e a realização de uma revista íntima considerada desnecessária. Os advogados também reclamaram da coação para entrega dos passaportes, sob ameaça de prisão preventiva de Sandra Mara.
Em audiência pública, o advogado Luiz Felipe Cunha, que também acompanhou as buscas, disse que ficou chocado e nunca tinha presenciado algo parecido. O terror imposto pela equipe da Polícia Federal sobre a esposa e filha do jornalista Oswaldo Eustáquio ocorreu um dia depois da Folha de S. Paulo revelar que Alexandre de Moraes escolhia alvos para investigar e julgar dentro da sua estrutura no TSE e STF.
“Me senti estuprada”, disse Mariana em meio a busca para os conselheiros tutelares, que fingiram não ouvir, relatou a advogada.
Em nota enviada ao jornal Metrópoles, a PF afirmou que a revista foi realizada com base em ordem judicial e seguiu o CPP, sendo conduzida de forma superficial e na presença de advogados e do Conselho Tutelar. Apesar da revista, o celular não foi encontrado.
“A revista pessoal foi realizada em decorrência da existência de ordem judicial de busca pessoal em face da menor, uma vez que o celular pertencente a ela possui elementos imprescindíveis à apuração do crime de corrupção de menores do qual há indícios de que ela é vítima, inclusive em face dos próprios responsáveis legais.
A revista pessoal realizada balizou-se no que dispõe o art. 240, §2º c/c art. 249 do Código de Processo Penal, os quais não fazem restrição à busca pessoal em menor de idade, excetuando-se que a busca em mulher seja realizada PREFERENCIALMENTE por policial feminina, o que efetivamente ocorreu.”
A revista realizada ocorreu de forma superficial, sem exposição ou utilização de qualquer técnica invasiva. Acrescenta-se que a diligência foi realizada de forma reservada, na presença da mãe, da advogada e do Conselho Tutelar.” Nota publicada pelo jornal Metrópoles.
Oswaldo Eustáquio, pai de Mariana Eustáquio, atualmente encontra-se exilado na Espanha, é acusado de utilizar a conta de Mariana para burlar uma proibição de se manifestar nas redes sociais. A proibição foi imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) devido a investigações sobre atividades antidemocráticas e disseminação de desinformação.
“Moraes determinou busca contra Mariana, mas não apontou o crime cometido por ela, porque não há”, afirma Oswaldo Eustáquio. Segundo ele, a equipe da Polícia Federal disse à filha que ela teria passado dos limites ao expor a imagem do delegado Fábio Alvarez Shor em um vídeo, o que teria irritado a corporação. Em entrevista ao canal Didi Red Pill, nesta quarta-feira (14), Oswaldo menciona, outro filho que teria passado por situações abusivas em outra ação de busca e apreensão realizada por Shor.
Live transmitida pelo canal Didi Red Pill no Youtube com entrevista de Oswaldo Eustáquio
A operação, realizada na residência da família Eustáquio, foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, que também determinou medidas cautelares rigorosas. Entre essas medidas estão a proibição de uso de redes sociais por Mariana e sua mãe, Sandra Mara Volf Pedro Eustáquio, além da entrega imediata de seus passaportes.
A defesa da família Eustáquio alega que as ações da Polícia Federal foram desproporcionais e abusivas. Segundo os advogados, a revista pessoal realizada na adolescente foi desnecessária e traumatizante. Eles também contestam a coação para a entrega dos passaportes, argumentando que a ameaça de prisão preventiva de Sandra Mara foi uma medida extrema.
A investigação sobre o uso das redes sociais de Mariana por Oswaldo Eustáquio faz parte de um esforço mais amplo para combater a disseminação de desinformação e atividades antidemocráticas. O caso levanta questões sobre a utilização de perfis de menores para ocultar a autoria de postagens e a eficácia das medidas judiciais para coibir tais práticas.
Oswaldo Eustáquio, que está na Espanha desde 2022, aguarda a análise de um pedido de proteção internacional. Ele é alvo de várias investigações no Brasil, incluindo a disseminação de fake News, que não possui legislação jurídica para tal, e a incitação de atos antidemocráticos. A operação recente é mais um capítulo na complexa relação entre o jornalista Oswaldo Eustáquio e o sistema judicial brasileiro.
Compartilhe isso:
- Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Twitter(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela)
- Clique para enviar um link por e-mail para um amigo(abre em nova janela)
- Clique para imprimir(abre em nova janela)