Os ataques de Israel destruíram metade do arsenal do Hezbollah, dificultando o reabastecimento de armas após a morte de líderes-chave. O conflito segue incerto.
Os ataques aéreos de Israel no Líbano destruíram metade do arsenal do Hezbollah, visando reduzir sua capacidade de ataque. A morte de líderes do Hezbollah e a interrupção do reabastecimento de armas complicaram a reorganização do grupo terrorista. O futuro do conflito é incerto, com impacto estratégico ainda indefinido.
Fumaça sobe após um ataque aéreo da Força Aérea Israelense em uma vila no sul do Líbano. | Foto: Jim Urquhart / Reuters – 02/10/2024.
Os recentes ataques aéreos de Israel no Líbano resultaram na destruição de aproximadamente metade dos mísseis e foguetes acumulados pelo Hezbollah ao longo de mais de três décadas, segundo autoridades seniores israelenses e americanas. Embora o arsenal do grupo continue extenso, com dezenas de milhares de projéteis espalhados pelo Líbano, a ofensiva israelense visa reduzir significativamente a capacidade de ataque do Hezbollah.
Contexto e Impacto dos Ataques
O Hezbollah, um movimento xiita libanês apoiado pelo Irã, tem utilizado seu arsenal para disparar contra o norte de Israel desde outubro do ano passado. Em resposta, Israel intensificou seus ataques aéreos no sul do Líbano, forçando a fuga de dezenas de milhares de libaneses. A decisão de destruir o máximo possível do arsenal do Hezbollah foi tomada para permitir o retorno seguro de cerca de 60 mil israelenses deslocados do norte do país devido aos contínuos confrontos.
Reabastecimento e Reações
Após os ataques iniciais, Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, solicitou reabastecimento de armas através do Irã e da Síria. Esta ação levou Israel a decidir pela eliminação de Nasrallah, que foi morto em um ataque aéreo na última sexta-feira (27). Desde então, autoridades libanesas têm atendido às exigências de Israel para afastar aviões iranianos que tentavam entregar armas ao Hezbollah, complicando os esforços do grupo para se rearmar rapidamente.
Na terça-feira, o Exército israelense anunciou a morte de Muhammad Jaafar Qasir, comandante do Hezbollah responsável pela transferência de armas do Irã para o Líbano, em um ataque aéreo em Beirute.
Resposta Iraniana
Na noite de terça-feira, o Irã retaliou com o disparo de cerca de 200 mísseis contra Israel, em resposta ao assassinato de Nasrallah. Os mísseis foram interceptados pelo sistema de defesa aérea israelense, o Domo de Ferro. Este confronto é parte de uma escalada contínua de violência que começou após um ataque do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro.
Operações Terrestres
Na madrugada de segunda-feira, Israel iniciou operações terrestres no Líbano, com o objetivo de destruir esconderijos de mísseis e veículos de lançamento do Hezbollah. Autoridades israelenses afirmaram que continuarão atacando o arsenal do grupo e eliminando seus comandantes enquanto houver oportunidade. Cerca de 1 milhão de pessoas foram deslocadas devido a escalada dos conflitos.
Desorientação Interna do Hezbollah
Apesar do arsenal considerável que o Hezbollah ainda possui, a estrutura de comando do grupo foi severamente danificada pelos ataques israelenses. A morte de Nasrallah e outros líderes de alto e médio escalão deixou o grupo desorganizado, com poucas pessoas em posição de dar ordens aos combatentes.
Futuro Incerto
O futuro do conflito permanece incerto. A duração da presença israelense no sul do Líbano, o grau de envolvimento do Irã, as respostas do Hezbollah e as forças políticas que assumirão influência em Beirute serão fatores determinantes para o resultado a longo prazo.
Os ataques israelenses no Líbano representam uma tentativa significativa de enfraquecer o Hezbollah, mas o impacto estratégico a longo prazo ainda é incerto. O conflito continua a evoluir, com potenciais repercussões para a estabilidade regional e a segurança global.
