O Instituto Butantan encerrou a pesquisa de sua vacina contra a COVID-19 devido à menor eficácia em comparação com vacinas já disponíveis e ao alto custo de continuidade dos ensaios clínicos.
O Instituto Butantan decidiu encerrar as pesquisas de sua vacina contra a COVID-19 (ButanVac) após concluir que a imunogenicidade esperada não foi atingida nos ensaios clínicos, especialmente em comparação com as vacinas já disponíveis no mercado. A decisão foi influenciada pela existência de vacinas eficazes, o alto custo de manutenção das pesquisas e a necessidade de redirecionar recursos para outras prioridades. Com essa decisão, o Butantan busca otimizar seus recursos e se preparar para futuras emergências de saúde pública.
João Doria Junior, ex-governador do Estado de São Paulo recebe segunda dose da CoronaVac da enfermeira Mônica Calazans. | Foto: Divulgação Governo de SP
O Instituto Butantan, um dos principais centros de pesquisa biomédica do Brasil, anunciou no dia 23 de agosto, o encerramento das pesquisas relacionadas à sua vacina contra a COVID-19, conhecida como ButanVac. Esta decisão marca um ponto de virada significativa na luta contra a pandemia no país, que tem sido um dos mais afetados pelo vírus.
João Doria Júnior, ex-governador do estado de São Paulo, teve um papel fundamental na produção da vacina ButanVac contra a COVID-19. Como governador de São Paulo, ele foi responsável por articular a parceria entre o Instituto Butantan e o laboratório chinês Sinovac para o desenvolvimento da vacina.
Doria anunciou essa colaboração em junho de 2020, destacando a importância de uma resposta rápida e eficaz à pandemia. Além disso, ele supervisionou a construção de uma nova fábrica no Instituto Butantan, que aumentou significativamente a capacidade de produção de vacinas no Brasil.
Segundo informações divulgadas pelo instituto, a decisão de pôr fim à pesquisa foi tomada após uma análise detalhada dos dados coletados ao longo dos ensaios clínicos. Diversos fatores contribuíram para essa decisão, incluindo:
1. Efetividade das Vacinas Existentes: Com a disponibilidade de várias vacinas eficazes no mercado, a necessidade de desenvolver uma nova vacina diminuiu.
2. Recursos e Custos: A manutenção de pesquisas em larga escala exige recursos financeiros e humanos significativos. Com a redução da urgência, o instituto optou por direcionar esses recursos para outras áreas prioritárias.
3. Resultados dos Ensaios: Embora os ensaios clínicos tenham mostrado resultados promissores, os dados não foram suficientes para justificar a continuidade do projeto em comparação com as opções já disponíveis.
Participação dos 400 Voluntários nas Pesquisas do Butantan
Durante o desenvolvimento da vacina contra a COVID-19 pelo Instituto Butantan, 400 voluntários participaram dos ensaios clínicos, que já estavam na fase 2. Desses, 200 voluntários receberam a vacina do Butantan, enquanto as outras 200 pessoas foram inoculadas com as vacinas já disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com a nota do Instituto, após 28 dias de avaliação, a quantidade de anticorpos no sangue dos que receberam o imunizante do Butantan não foi comparável à observada naqueles que receberam as vacinas disponíveis no SUS. A expectativa dos cientistas brasileiros era de que a ButanVac induzisse uma produção de anticorpos quatro vezes maior do que a das vacinas disponibilizadas pelo Ministério da Saúde (MS).
“Neste caso, o desfecho não demonstrou a imunogenicidade esperada“, afirmou o diretor do Butantan, Esper Kallás. “Por isso, interrompemos o seu desenvolvimento e seguimos no desenvolvimento de rotas mais promissoras. Nosso compromisso é com a ciência e a saúde da população.“, concluiu.
A decisão do Instituto Butantan de pôr fim à pesquisa da vacina contra a COVID-19 é um reflexo da evolução da pandemia e das necessidades contemporâneas de saúde pública. O Butantan continua a ser uma instituição vital na promoção da saúde e na pesquisa biomédica no Brasil.
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