Hezbollah confirma a morte de Hassan Nasrallah em ataque israelense. Líder desde 1992, sua morte foi celebrada nas ruas do Líbano e intensifica conflitos e marca a política do Oriente Médio.

O Hezbollah confirmou a morte de seu líder, Hassan Nasrallah, em um bombardeio israelense em Beirute. Nasrallah liderava o grupo desde 1992, transformando-o em uma força política e militar influente no Líbano e na região, com apoio do Irã. Sua morte ocorre em meio a intensos conflitos com Israel e após a guerra em Gaza em 2023. Figura controversa, Nasrallah era visto como herói por alguns e culpado pela instabilidade por outros. Sua morte marca um ponto de inflexão na política do Oriente Médio.

Hassan Nasrallah | Foto: Reprodução.

O grupo terrorista Hezbollah confirmou na manhã de sábado (28), a morte de seu líder, Hassan Nasrallah, em um bombardeio israelense em Beirute na noite anterior. Nasrallah, que estava à frente do Hezbollah desde 1992, foi alvo direto de um ataque das Forças de Defesa de Israel (IDF), segundo um porta-voz militar israelense.

Hassan Nasrallah transformou o Hezbollah de um grupo terrorista em uma força política influente no Líbano, com um arsenal militar que supera o do próprio governo libanês. Sob sua liderança, o Hezbollah expandiu sua influência para além das fronteiras do Líbano, tornando-se um ator significativo na política regional do Oriente Médio, com apoio do Irã.

Nasrallah assumiu a liderança do Hezbollah aos 35 anos, em 1992, e foi um dos principais responsáveis por moldar o grupo em uma força paramilitar com grande influência regional. Ele era visto como um herói por seus apoiadores por enfrentar Israel e os Estados Unidos, mas também foi uma figura controversa, especialmente devido ao envolvimento do Hezbollah em conflitos na Síria e em outras áreas, o que aumentou a instabilidade regional.

A morte de Nasrallah ocorre em um momento de intensificação dos conflitos entre o Hezbollah e Israel, especialmente após o início da guerra em Gaza em outubro de 2023. A escalada de violência resultou em perdas significativas para o Hezbollah e causou mais de 700 mortes, além de um êxodo sem precedentes no Líbano desde 2006.

Nasrallah era conhecido por suas frequentes ameaças a inimigos como os EUA e a Arábia Saudita, especialmente após eventos como a morte de Qassem Soleimani em 2020. Sua liderança foi marcada por confrontos internos, incluindo um breve conflito civil em 2008 e a negação de envolvimento no assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafik al-Hariri em 2005.

A notícia da morte de Nasrallah foi recebida com celebrações nas ruas do Líbano, refletindo a polarização em torno de sua figura. Enquanto alguns o viam como um defensor contra a ocupação israelense, outros o culpavam pela instabilidade e pelos conflitos que afetaram a economia e a segurança do país.

A morte de Nasrallah representa um ponto de inflexão significativo para o Hezbollah e para a política do Oriente Médio, cujas consequências ainda estão por se desenrolar.