Uma grande vitória da candidata de direita Marine Le Pen deixa claro que a aposta do presidente Macron saiu pela culatra de forma espetacular.
O partido de direita de Marine Le Pen, o Rally Nacional (RN), alcançou uma liderança significativa com 33,5% dos votos no primeiro turno, posicionando-se para obter entre 230 a 280 assentos na Assembleia Nacional. A aliança de esquerda Nova Frente Popular (NFP) ficou em segundo lugar com 28,1% dos votos, enquanto a aliança centrista do presidente Emmanuel Macron, Ensemble, sofreu uma derrota devastadora, obtendo apenas 20,7% dos votos.

Em uma reviravolta surpreendente que sacudiu a política francesa, o partido de direita de Marine Le Pen, o Rally Nacional (RN), alcançou uma liderança impressionante no primeiro turno das eleições legislativas francesas, ocorrido em 30 de junho. Com um resultado preliminar de 33,5% dos votos, segundo o grupo de pesquisas Ipsos, o RN está a caminho de conquistar entre 230 a 280 assentos na Assembleia Nacional, que conta com 577 assentos. Isso marca uma aproximação sem precedentes do partido ao poder, nunca antes visto na história política recente da França.
Partido/Aliança | Porcentagem de Votos | Assentos Esperados |
Rally Nacional (RN) | 33.5% | 230 a 280 |
Nova Frente Popular (NFP) | 28.1% | 125 a 165 |
Ensemble (aliança centrista de Macron) | 20.7% | 70 a 100 |
Republicanos (centro-direita) | 10% | 35 a 55 |
Outros partidos | 7.7% | 27 a 47 |
Este primeiro turno das eleições legislativas foi marcado pelo maior comparecimento desde 1997, com candidatos do RN liderando em centenas de distritos eleitorais por todo o país, incluindo regiões com pouco histórico de apoio ao partido. Marine Le Pen, em particular, foi reeleita diretamente em seu próprio distrito eleitoral no norte da França, refletindo o sucesso de seu projeto de longo prazo para reformular a imagem do partido.
A aliança de esquerda, Nova Frente Popular (NFP), também teve um desempenho notável, ficando em segundo lugar com 28,1% dos votos. A NFP, uma coalizão composta por várias facções da esquerda francesa, se qualifica para o segundo turno em muitos distritos, especialmente em grandes cidades e subúrbios multiculturais.
Em contraste, a aliança centrista do presidente Emmanuel Macron, Ensemble, sofreu uma derrota devastadora, obtendo apenas 20,7% dos votos. Esta eleição, convocada antecipadamente por Macron em uma jogada surpreendente, viu sua aliança perder potencialmente mais da metade de seus 250 assentos, uma situação descrita por um deputado como uma “catástrofe total“.
Este resultado representa um desafio significativo para o projeto político centrista de Macron e sua autoridade como presidente, embora ele permaneça no cargo até a próxima eleição presidencial, marcada para 2027. Vale ressaltar que, neste primeiro turno, apenas 65 candidatos foram eleitos diretamente, com outros 737 indo para o segundo turno em 7 de julho, disputando os 577 assentos do parlamento. Entre esses, 267 são da direita, 215 da coalizão de esquerda, e 158 do grupo de Macron.
Após a surpreendente dissolução da Assembleia Nacional, anunciada pelo Presidente francês na noite da derrota dos seus candidatos nas eleições europeias de 9 de junho, o cenário político na França está destinado a mudar profundamente.
Com os resultados, a ala da esquerda – incluindo radicais, comunistas e islamistas – tomou as ruas em protesto, portando tochas, confrontando a polícia, quebrando vitrines, saqueando lojas e ateando fogo nas ruas. Esses manifestantes, que se autodenominam “democratas”, alegam que a democracia está em risco nas mãos da “direita”.
ELEIÇÕES LEGISLATIVAS NA FRANÇA 2024
No encerramento do primeiro turno das eleições legislativas francesas, as imagens revelam um cenário marcado por intensos distúrbios: manifestantes destroem lojas, danificam veículos e incendeiam pneus, acompanhados por gritos de "Allahu… pic.twitter.com/h1iOPkWv0w— ANDERSON SILVA (@auandersonsilva) July 1, 2024
A eleição reflete uma tendência mais ampla na Europa e em outras partes do mundo, onde partidos de direita têm ganhado terreno. Essa alternância de poder, após períodos de domínio da esquerda em regiões como Canadá, EUA e Europa, indica um desejo de mudança entre os eleitores, em busca de novas soluções para os desafios contemporâneos.
A França está agora à beira de um segundo turno eleitoral que pode redefinir o equilíbrio de poder no legislativo, com a possibilidade de uma “coabitação” desconfortável entre o presidente e um governo de visões opostas. A situação política na França caminha, com apreensão e raiva, para um território desconhecido, testando os limites da Quinta República Francesa e a estabilidade futura do país.
Até o dia 7 de julho, a situação na França pode se intensificar ainda mais, e há temores de que os Estados Unidos possam ser os próximos a enfrentar uma onda de agitação semelhante.
fontes:
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