O DREX, moeda digital centralizada do Brasil, levanta preocupações sobre controle governamental, privacidade e inflação. Diferente do Bitcoin, que é descentralizado e limitado, o DREX não possui limite fixo.
O DREX, nova moeda digital centralizada do Brasil, promete facilitar transações, mas levanta questões sobre controle governamental e privacidade financeira, diferentemente do Bitcoin, que é descentralizado e tem um suprimento limitado de 21 milhões de unidades. O DREX não possui limite fixo, o que pode gerar inflação. A retirada da tecnologia blockchain do DREX reduz a segurança, aumentando preocupações sobre a proteção dos dados pessoais dos usuários e a liberdade financeira.
Foto: Rafa Neddermeyer / Agência Brasil.
A proposta do Banco Central para a nova moeda digital brasileira, chamada DREX, levanta questões importantes sobre o futuro das transações financeiras no Brasil. Esta moeda promete ser uma evolução do sistema de pagamentos PIX. Mas o que isso realmente significa para a privacidade e liberdade financeira dos brasileiros?
O que é o DREX?
DREX é uma moeda digital centralizada, ou seja, é emitida pelo Banco Central e atrelada ao real, a moeda oficial do Brasil. Cada letra do nome DREX simboliza um aspecto da moeda: “D” de digital, “R” de real, “E” de eletrônico e “X” que representa inovação e conectividade. Essa nova moeda não é uma criptomoeda como o Bitcoin, mas sim uma moeda digital que supostamente busca facilitar transações e promover a inclusão financeira.
Embora o DREX e o PIX compartilhem algumas semelhanças, como a capacidade de facilitar pagamentos instantâneos, eles operam de maneira diferente. O PIX é um sistema de pagamentos estabelecido que permite transferências rápidas entre contas, enquanto o DREX funcionará como uma moeda digital que poderá ser usada não apenas para pagamentos, mas também para transações mais complexas, como a assinatura de contratos inteligentes e a tokenização de ativos.
Controle e Privacidade
Um dos principais pontos de preocupação em relação ao DREX é o potencial controle que o governo poderá exercer sobre as transações financeiras. Assim como o modelo financeiro da China, onde o governo monitora de perto as atividades financeiras dos cidadãos, o DREX pode levantar questões sobre a privacidade e a liberdade financeira. A total rastreabilidade das transações podem permitir que o governo acompanhe todos os movimentos financeiros.
A centralização do sistema pode permitir que o governo tenha acesso a informações detalhadas sobre as transações, o que é motivo de preocupação para muitos defensores da privacidade.
Há outras preocupações, como a possibilidade do controle artificial da inflação, perca da lastreabilidade da moeda, controle excessivo e a vulnerabilidade dos dados pessoais dos usuários.
Comparação com o Bitcoin
Enquanto o Bitcoin é frequentemente associado à liberdade financeira, proporcionando anonimato e descentralização, o DREX pode se apresentar como uma alternativa controlada pelo governo.
O Bitcoin tem um suprimento limitado, com um total máximo de 21 milhões de unidades que podem ser mineradas. Isso significa que, uma vez que esse número seja atingido, não haverá mais Bitcoins disponíveis, o que pode contribuir para a valorização da moeda ao longo do tempo, caso a demanda aumente. Por outro lado, o DREX não possui um limite fixo de unidades. O Banco Central pode emitir DREX conforme necessário, o que pode levar a uma maior oferta monetária. Essa característica suscita preocupações sobre a inflação e a desvalorização do real digital, uma vez que a criação de mais unidades pode diluir o valor da moeda.
O Bitcoin utiliza uma tecnologia de blockchain que oferece segurança robusta e transparência nas transações. Essa estrutura descentralizada significa que as transações são registradas em um livro-razão público, que é protegido por criptografia, tornando muito difícil a manipulação ou falsificação. A versão inicial do DREX contemplava o uso de blockchain, mas essa tecnologia foi retirada do projeto final. Como resultado, o DREX será uma moeda digital centralizada. Isso significa que a segurança e a integridade das transações dependerão do Banco Central e das suas práticas de segurança, em vez de uma rede descentralizada e autônoma.
A decisão de não utilizar tecnologia de blockchain no DREX gerou discussões e questionamentos. O Banco Central do Brasil optou por um modelo de moeda digital centralizada, que não depende da arquitetura de blockchain como muitas criptomoedas.
Embora as transações de Bitcoin sejam pseudônimas, a natureza descentralizada da tecnologia blockchain oferece um certo grau de privacidade aos usuários. As transações são imutáveis e, uma vez registradas, não podem ser alteradas ou removidas. O Banco Central terá acesso a informações detalhadas sobre todas as transações realizadas, o que pode permitir o monitoramento e controle sobre os usuários, potencialmente comprometendo a privacidade.
Por que o DREX não contará com blockchain?
O DREX é uma moeda digital centralizada, o que significa que o Banco Central terá total controle sobre sua emissão e transações. A utilização de blockchain, que é normalmente associada a sistemas descentralizados, poderia complicar esse controle. Ao evitar o blockchain, o Bacen pode garantir que possa regular e monitorar a moeda de maneira mais eficaz. Um sistema sem blockchain pode facilitar o cumprimento das regulamentações e das normas de conformidade que o Banco Central exigir.
A infraestrutura de blockchain, especialmente em sistemas públicos, pode enfrentar problemas de escalabilidade e velocidade, principalmente durante picos de transações. O DREX, sendo centralizado, pode garantir transações mais rápidas e eficientes, sem os atrasos que podem ocorrer em redes descentralizadas.
Em suma, a decisão de não incluir blockchain no DREX reflete uma estratégia voltada para o controle e conformidade regulatória. O Banco Central busca desenvolver uma moeda digital que atenda às necessidades do sistema financeiro brasileiro sem os desafios associados às tecnologias descentralizadas. Essa abordagem pode facilitar a adoção pelo público e pelas instituições financeiras, mas também levanta questões sobre a inovação e as potencialidades que a tecnologia blockchain poderia oferecer.
Conclusão
É fundamental que os brasileiros estejam informados sobre as possíveis implicações da DREX. À medida que a discussão sobre essa nova moeda avança, a proteção da privacidade financeira e a liberdade de escolha devem ser prioridades. O futuro do dinheiro no Brasil está em jogo, e a vigilância cidadã é mais importante do que nunca.
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