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Autor
Anderson Silva
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“Gilmarpalooza já custou R$ 1,3 milhão em dinheiro público

Publicado em: 28/06/2024 às 19:09

Última atualização: 28/06/2024 às 19:24

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No Fórum Jurídico de Lisboa, apelidado “Gilmarpalooza”, as despesas públicas para a participação de autoridades brasileiras geraram controvérsias, totalizando ao menos R$ 1,34 milhão. O evento, liderado pelo ministro Gilmar Mendes, destaca a interseção entre política e academia, levantando questões sobre a gestão dos recursos públicos.

O “Gilmarpalooza” não apenas destaca a relevância do diálogo jurídico internacional, mas também expõe a significativa utilização de fundos públicos, incentivando um debate crucial sobre a transparência e a responsabilidade na administração desses recursos.


 

O 12º Fórum Jurídico de Lisboa, apelidado jocosamente de “Gilmarpalooza” em Brasília, tem sido o centro das atenções não apenas pelo seu conteúdo acadêmico, mas também pelos custos associados à participação de autoridades e servidores públicos brasileiros. Segundo um levantamento realizado pelo Estadão, com reportagem assinada por Tácio Lorran e André Shalders, publicada nesta sexta-feira (28) às 14h30min, as despesas já consumiram pelo menos R$ 1,34 milhão de dinheiro público, um valor que tende a crescer conforme os pagamentos sejam efetuados.

 

O evento, que ocorreu entre os dias 26 e 28 de junho na capital portuguesa, é uma organização conjunta entre o Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), do qual o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes é sócio, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Universidade de Lisboa. Com uma programação oficial que inclui três dias de palestras na renomada Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, o fórum reuniu a cúpula do Judiciário, do Legislativo e ministros do governo Lula, além de ser famoso pelas conversas de bastidores, jantares e coquetéis oferecidos por empresas.

 

O apelido “Gilmarpalooza” faz uma brincadeira com o famoso festival de música Lollapalooza, ressaltando o papel de destaque do ministro Gilmar Mendes na organização do evento e sua propriedade sobre a faculdade de Lisboa, que sedia o Fórum Jurídico de Lisboa. De acordo com os dados disponíveis, a Câmara dos Deputados foi o órgão que mais desembolsou, com 25 pessoas enviadas ao evento, totalizando R$ 366,585.74 em diárias.

fonte: Estadão

Apesar de o IDP afirmar que o fórum não custeia passagens nem hospedagem dos participantes, a FGV, coorganizadora do evento, contribuiu com parte dos custos de viagem de figuras importantes como o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues. A participação de representantes de nove ministérios do governo Lula, além da Polícia Federal, soma um investimento significativo em diárias, reforçando a relevância política e jurídica do evento.

O jornalista Sérgio Tavares destacou-se por sua abordagem direta e questionadora, trazendo à tona aspectos controversos do evento que reuniu figuras de alto escalão da justiça e política portuguesa, além de uma comitiva brasileira notável. Em sua reportagem, Tavares não hesitou em confrontar o Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com perguntas que geraram desconforto e revelaram tensões subjacentes ao evento.

 

Tavares descreveu o Fórum Jurídico de Lisboa como um “autêntico seminário de ditadores“, criticando a presença de 11 ministros do STF (embora não tenha sido confirmado a presença dos 11 ministros), acusados de promover uma “ditadura do judiciário atroz” no Brasil, caracterizada por censura, perseguição política, fraudes e crimes contra a humanidade. Ele destacou a participação de Alexandre de Moraes, recentemente intimado pelo congresso norte-americano para explicar as alegadas atrocidades cometidas no Brasil. Além disso, mencionou o financiamento de George Soros através da Fundação Getúlio Vargas, insinuando uma rede de censura e perseguição política patrocinada globalmente.

Durante o evento, Tavares aproveitou a oportunidade para fazer perguntas diretas a Gilmar Mendes, que, segundo ele, “deu respostas com muito desconforto” e chegou a “fugir de algumas questões“. Fica claro que as perguntas de Tavares abordaram tópicos sensíveis, provocando uma reação significativa tanto do ministro quanto da organização do evento.

 

A abordagem direta de Tavares não passou sem consequências. Ele relatou um “incidente” com a organização do evento, que procurou “tirar satisfações” com ele devido ao “teor das minhas perguntas“, que foram descritas como “muito incômodas“. Este confronto destaca a tensão entre a liberdade de imprensa e as figuras de autoridade presentes no fórum.

 

A participação de Sérgio Tavares no Fórum Jurídico de Lisboa foi marcada por sua disposição em confrontar poderosas figuras jurídicas e políticas com perguntas desafiadoras, expondo a complexidade e os desafios enfrentados pelo judiciário brasileiro. Sua reportagem oferece uma perspectiva crítica sobre o evento, enfatizando a importância da liberdade de expressão e do jornalismo investigativo na busca pela verdade e na fiscalização do poder.

 

A cobertura completa do “Gilmarpalooza”, incluindo a lista de palestrantes e mais informações sobre o evento, pode ser encontrada no site oficial do evento (Forum de Lisboa). Enquanto o evento se posiciona como um espaço de debate e networking de alto nível, as despesas associadas à participação de autoridades brasileiras levantam questionamentos sobre a utilização de recursos públicos em atividades internacionais.


 

fontes:

[https://www.estadao.com.br/politica/gilmarpalooza-diarias-de-autoridades-e-servidores-ja-consumiram-r-13-milhao-de-dinheiro-publico/] [https://x.com/damadanoite14/status/1805968075713319117] [https://x.com/NoticiasTavares/status/1806011622483243020]
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