O déficit primário de R$ 60,9 bilhões em maio de 2024 marca o segundo pior resultado da história para o mês, refletindo desafios fiscais persistentes, apesar do crescimento da arrecadação.
A piora nas contas públicas em maio, com um déficit de R$ 60,9 bilhões, aponta para um cenário fiscal preocupante, apesar do aumento das arrecadações tributárias. Com despesas subindo mais rapidamente, o governo enfrenta o desafio de cumprir as metas fiscais estabelecidas para 2024, visando a estabilização dos gastos públicos e a manutenção de um resultado primário neutro.
O governo federal apresentou um déficit de R$ 60,9 bilhões em maio, marcando o segundo pior resultado da história. O saldo negativo, que abrange as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, destaca-se como o pior desempenho para o mês desde 2020. Este cenário econômico sucede um superávit de R$ 11 bilhões registrado em abril, evidenciando uma acentuada deterioração nas finanças públicas brasileiras.
Expectativas do Mercado e Resultados Acumulados
O déficit de R$ 60,9 bilhões em maio ficou próximo das expectativas do mercado financeiro, que previa uma mediana de R$ 58,1 bilhões. Este resultado reflete um agravamento das contas públicas, sendo o segundo pior na série histórica iniciada em 1997. No acumulado do ano até maio, o déficit atinge R$ 29,9 bilhões, contrastando com o superávit de R$ 1,8 bilhão registrado no mesmo período do ano passado. Em termos de receita (impostos), houve um crescimento real de 8,3% em maio comparado ao mesmo mês do ano anterior, e um aumento de 8,5% nos primeiros cinco meses do ano. Por outro lado, as despesas aumentaram 14% em maio e 13% no acumulado do ano, já ajustadas pela inflação.
Contas do Tesouro Nacional e Banco Central
Em maio, as contas do Tesouro Nacional, incluindo o Banco Central, registraram um superávit primário de R$ 45 milhões. Este resultado contrasta com o déficit global do governo e sugere uma gestão relativamente equilibrada dessas contas específicas no mês. No acumulado do ano até maio, o superávit nas contas do Tesouro Nacional (incluindo o BC) alcançou R$ 123,324 bilhões, demonstrando uma performance positiva neste segmento das finanças públicas.
Previdência Social
O resultado das contas da Previdência Social (INSS) foi deficitário em R$ 61,027 bilhões em maio. Nos primeiros cinco meses de 2024, o déficit acumulado nas contas do INSS atingiu R$ 153,322 bilhões. Esse desempenho negativo evidencia os desafios fiscais enfrentados pela Previdência, contribuindo significativamente para o déficit primário do governo federal.
Contas do Banco Central
Especificamente, as contas do Banco Central apresentaram um superávit de R$ 129 milhões em maio. No entanto, no acumulado dos cinco primeiros meses de 2024, as contas do BC registraram um déficit de R$ 117 milhões. Esse resultado, embora modesto, mostra variações mensais significativas e reflete o impacto de diferentes políticas e operações financeiras conduzidas pelo BC ao longo do ano.
Análise das Despesas e Receitas
O crescimento das despesas do governo federal superou o aumento das receitas, contribuindo para o déficit registrado. Em maio, as receitas aumentaram 8,3% em termos reais comparado ao mesmo mês do ano anterior, enquanto as despesas cresceram 14%, já descontada a inflação. No acumulado dos primeiros cinco meses do ano, as receitas subiram 8,5%, e as despesas aumentaram 13%.
Desempenho Anual e Perspectivas
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Nos 12 meses até maio, o governo federal registrou um déficit de R$ 268,4 bilhões, representando 2,36% do PIB. As despesas obrigatórias somaram 18,6% do PIB, enquanto as discricionárias do Executivo alcançaram 1,8% do PIB. Para 2024, o governo estabeleceu metas de resultado primário neutro e um limite de despesas fixo em R$ 2,089 trilhões. O Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, publicado em maio, projetou um déficit de R$ 14,5 bilhões para o ano, equivalendo a 0,1% do PIB.
O resultado deficitário das contas do governo em maio destaca a complexidade dos desafios fiscais enfrentados pelo Brasil. Apesar de um superávit nas contas do Tesouro Nacional e do Banco Central, o déficit significativo da Previdência Social e o crescimento acelerado das despesas contribuem para um panorama econômico preocupante. As metas fiscais estabelecidas para 2024, incluindo um resultado primário neutro e um limite fixo de despesas, serão cruciais para a estabilidade financeira do país.
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