Parece que os memes agora serão internacionais — Haddad Discursa no G20 e Pede que os Super Ricos “Paguem Justa Contribuição em Impostos”
O ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, discursou no G20, pedindo que os super ricos paguem uma “justa contribuição” em impostos, destacando um estudo do economista Gabriel Zucman que indica que, se os bilionários pagassem 2% de sua riqueza em impostos, seria possível arrecadar entre US$ 200 bilhões e US$ 250 bilhões por ano. Haddad, que se tornou um meme recentemente por suas ações tributárias, reforçou que esses recursos seriam direcionados para projetos socioambientais globais, combatendo a pobreza e as mudanças climáticas. Apesar do apoio de alguns países europeus, a proposta enfrenta ceticismo e resistência, especialmente de potências como os Estados Unidos, e gerou reações mistas, com alguns apoiando a medida como uma forma de promover justiça fiscal, enquanto outros a criticam como um aumento indiscriminado de impostos.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda do Brasil. | Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil.
O ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, discursou hoje, quarta-feira (24), no pré-lançamento da Aliança Global de Combate à fome e à Pobreza, no G20, Rio de Janeiro, pedindo que os super ricos “paguem justa contribuição” em impostos. As falas e ações tributárias do ministro, que já havia se tornado um meme nas últimas semanas, agora atinge diretamente os donos de grandes fortunas, reforçando a agenda de justiça fiscal do governo Lula.
O Que é o G20?
O G20, ou Grupo dos 20, é um fórum internacional que reúne as principais economias do mundo para discutir e coordenar políticas econômicas e financeiras. Criado em 1999, em resposta às crises financeiras da década de 1990, o G20 tem como objetivo promover a estabilidade financeira global. O grupo é composto por 19 países e a União Europeia, representando cerca de 80% da economia global. Entre os membros estão países como Brasil, Estados Unidos, China, Alemanha e Índia.
As reuniões do G20 envolvem ministros da Economia, presidentes de Bancos Centrais e, desde 2008, também os líderes dos países membros. O fórum aborda uma ampla gama de questões, incluindo crescimento econômico, comércio internacional, regulação financeira, mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável. Embora as decisões do G20 não sejam legalmente vinculativas, elas têm um grande impacto devido à influência econômica dos países membros.
Hoje, o G20 está acontecendo no Rio de Janeiro, entre os dias 24 e 26 de julho. Os líderes dos países do G20 estão reunidos para discutir a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, entre outros temas importantes.
O Discurso de Haddad
Acho que o meme do ‘taxadd’ realmente pegou, e o ministro da Fazenda não alivia para os zombadores de plantão na internet. Agora, Haddad quer que os super ricos paguem mais impostos, o que parece ser uma sanha arrecadatória indiscriminada e global.
Fernando Haddad abordou abertamente no G20 que uma forma eficaz de combater a fome e a pobreza é taxar os super ricos. Ele destacou que, ao redor do mundo, os super ricos usam uma série de artifícios para evadir os sistemas tributários, o que torna os sistemas fiscais regressivos, em vez de progressivos.
Transcrição de Trecho da Fala de Haddad no G20
“Outra forma de mobilizar recursos para o combate à fome e à pobreza é fazer com que os super ricos paguem sua justa contribuição em impostos. Ao redor do mundo, os super ricos usam uma série de artifícios para evadir os sistemas tributários. Isso faz com que, no topo da pirâmide, os sistemas sejam regressivos e não progressivos.
A nosso pedido, o economista Gabriel Zucman preparou um estudo mostrando que, se os bilionários pagassem o equivalente a 2% de sua riqueza em impostos, poderíamos arrecadar de duzentos a duzentos e cinquenta bilhões de dólares por ano. Ou seja, aproximadamente cinco vezes o montante que os dez maiores bancos multilaterais dedicaram ao enfrentamento da fome e da pobreza em 2022.”
A Proposta de Taxação Global dos Bilionários
O ministro explicou que, a pedido de sua equipe, o economista Gabriel Zucman elaborou um estudo indicando que, se os bilionários pagassem um imposto equivalente a 2% de sua riqueza, seria possível arrecadar entre US$ 200 bilhões e US$ 250 bilhões por ano. Este valor representa aproximadamente cinco vezes o montante que os 10 maiores bancos multilaterais destinaram ao combate à fome e à pobreza em 2022.
Esses recursos seriam direcionados para projetos socioambientais, com o objetivo de reduzir a pobreza e enfrentar as mudanças climáticas em escala global. Para que a medida seja eficaz, é necessária uma ampla adesão, especialmente dos países mais ricos, a fim de evitar a evasão fiscal e garantir que multas e sanções sejam aplicadas de maneira eficiente.
No entanto, há certo ceticismo quanto à viabilidade da proposta. Ela já recebeu apoio de países europeus como França e Espanha, mas não obteve sinalização favorável de importantes potências mundiais, como os Estados Unidos.
De acordo com os cálculos, a proposta afetaria cerca de 3.000 pessoas em todo o mundo, que juntas possuem um patrimônio total de US$ 15 trilhões.
Reações e Implicações
A fala de Haddad gerou reações mistas. Enquanto alguns veem a proposta como uma medida necessária para promover justiça fiscal e reduzir desigualdades, outros a criticam como mais um exemplo da esquerda buscando aumentar impostos indiscriminadamente. A proposta de taxar os super ricos, se implementada, poderia trazer recursos significativos para programas sociais e de combate à fome, mas também enfrenta desafios políticos e econômicos consideráveis.
A participação de Fernando Haddad no G20 e seu apelo por uma maior contribuição fiscal dos super ricos ressalta a importância de discutir e implementar políticas que promovam a justiça social e econômica. Embora a proposta enfrente resistência, a pressão para que os mais ricos contribuam de forma justa para a sociedade continua a ganhar força.
Fontes:
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