O iGaming avança no Brasil, mas pode ignorar vulneráveis, priorizar lucros e agravar desigualdades sociais.
A feira iGaming destacou o crescimento do setor de apostas no Brasil, impulsionado por jogos como “Tigrinho”. Apesar do entretenimento e lucros, há preocupações com vulneráveis e impacto social. O Brasil enfrenta o risco de priorizar ganhos fáceis em detrimento de desenvolvimento sustentável. Regulamentação e responsabilidade social são urgentes para evitar retrocessos.
O último dia do BiS SiGMA Americas 2025 está em andamento no Transamerica Expo Center, em São Paulo. Foto: Reprodução mídias sociais / Instagram / @igamingbrazil
No dia 10 de abril de 2025, chegou ao fim a feira internacional das BETs “BiS SiGMA Americas 2025”, agora rebatizada como iGaming, um refletor que ilumina a rápida transformação do setor de jogos no Brasil. O evento abordou o que antes era conhecido como gambling, mas que agora se apresenta sob a nova roupagem do gaming, um termo que busca suavizar a conotação frequentemente negativa associada às apostas.
O jogo “Tigrinho” tem se destacado como um dos mais populares entre as BETs, conquistando uma base fiel de jogadores que buscam não apenas diversão, mas também a emoção das apostas. Com uma mecânica simples e envolvente, “Tigrinho” combina elementos de sorte e estratégia, atraindo tanto novatos quanto apostadores experientes. Sua popularidade reflete a tendência crescente de jogos que oferecem uma experiência interativa e dinâmica, tornando-se um verdadeiro fenômeno nas plataformas de iGaming.
No entanto, a ascensão de títulos como “Tigrinho” também levanta preocupações sobre a responsabilidade no jogo, especialmente em um cenário onde os jovens estão cada vez mais expostos a essas formas de entretenimento e às suas potenciais armadilhas. Por de trás da inovação e das promessas de entretenimento, há uma realidade preocupante: quem realmente paga a conta dessa nova tendência são os mais vulneráveis. O discurso que emoldura o crescimento da economia do entretenimento muitas vezes ignora as consequências sociais e econômicas que o aumento das apostas pode acarretar.
Enquanto o Brasil enfrenta um declínio na capacidade de produzir riqueza real através da indústria, infraestrutura e inovação, a atenção do mercado e do governo parece se concentrar no lucro fácil que a nova economia pode proporcionar. O país, que já luta para estabelecer bases sólidas para o seu desenvolvimento, corre o risco de se transformar em um verdadeiro cassino, onde os interesses corporativos se sobrepõem ao bem-estar da população.
Essa mudança de paradigma levanta questões urgentes sobre a regulação do setor, a proteção dos consumidores e as estratégias para mitigar os danos sociais que podem resultar do crescimento desenfreado do iGaming. A necessidade de uma discussão mais ampla sobre os impactos da fluência dos jogos na sociedade brasileira se torna evidente.
A feira prometeu inovação e entretenimento, mas é crucial que essa narrativa também inclua as vozes daqueles que podem ser prejudicados por essa evolução. O futuro do mercado de iGaming no Brasil deve ser moldado não apenas pelos lucros, mas também pela responsabilidade social e pelo compromisso com uma economia que prioriza a justiça e a igualdade.
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