Ressuscitou!
Se não tocar suas feridas, não vou crer
Bases bíblicas: Mateus 28:1-18; Marcos 16:1-8; Lucas 24:1-12; João 20:1-29.
Imagem com pregos e coroa de espinhos. | Foto: Freepik.
O dia de domingo é um marco central na fé cristã, pois é o dia em que Jesus ressuscitou dos mortos, conquistando a vitória sobre o pecado e a morte. É um momento de grande significado espiritual e celebração para os seguidores de Jesus, pois confirma sua divindade e poder sobre a vida e a morte. A ressurreição de Jesus não apenas cumpriu as profecias do Antigo Testamento, mas também trouxe esperança e vida eterna para aqueles que creem nele como Salvador. Nesta introdução, exploraremos os relatos dos evangelhos sobre a ressurreição de Jesus, refletindo sobre sua importância e relevância para a fé cristã.
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Os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João oferecem relatos detalhados da ressurreição de Jesus, destacando diferentes perspectivas e eventos que ocorreram naquele dia histórico. Esses relatos narram a descoberta do túmulo vazio pelas mulheres, os encontros com o anjo que anunciou a ressurreição, as aparições de Jesus aos discípulos e sua comissão para proclamar o evangelho a todas as nações. Através desses relatos, somos convidados a testemunhar a vitória de Jesus sobre a morte e a experimentar a renovação que sua ressurreição traz para aqueles que creem nele.
O tema “Ressuscitou!” ecoa através dos séculos como uma declaração de triunfo e alegria para os cristãos em todo o mundo. É a afirmação central da fé cristã, proclamando que Jesus está vivo e reinando para sempre. Neste dia de domingo, relembramos e celebramos a ressurreição de Jesus, renovando nossa fé e esperança na promessa da vida eterna. Ao mesmo tempo, somos desafiados a refletir sobre a resposta dos discípulos à ressurreição de Jesus e a considerar como essa verdade transformadora impacta nossas próprias vidas hoje.
Os discípulos de Jesus enfrentavam um contexto histórico desafiador e turbulento. Durante o tempo em que Jesus viveu e ministrou na Palestina, a região estava sob o domínio do Império Romano, que exercia controle político e militar sobre a terra de Israel. Este controle frequentemente resultava em tensões e conflitos com o povo judeu, que ansiava por liberdade e independência nacional.
Além disso, a liderança religiosa judaica, representada principalmente pelos fariseus e saduceus, estava profundamente enraizada no sistema de poder estabelecido, e frequentemente se opunha às mensagens e ensinamentos de Jesus. Os líderes religiosos viam Jesus como uma ameaça à sua autoridade e influência sobre o povo, especialmente por causa de sua popularidade e do desafio que ele representava às tradições e interpretações religiosas estabelecidas.
Essa oposição dos líderes religiosos culminou na perseguição contra Jesus e seus seguidores. Os discípulos enfrentaram hostilidade, rejeição e até mesmo ameaças à sua própria vida por parte das autoridades religiosas. Além disso, o medo de uma possível revolta ou rebelião contra o domínio romano levou as autoridades romanas a serem especialmente vigilantes e severas em sua repressão a qualquer movimento que considerassem uma ameaça à ordem pública e à estabilidade do império.
Diante desse contexto de perseguição religiosa e repressão política, os discípulos enfrentavam uma série de desafios e incertezas em relação ao seu futuro e à continuidade do movimento iniciado por Jesus. Eles viviam com o constante temor de serem presos, perseguidos ou até mesmo mortos por sua fé. No entanto, apesar das adversidades e dos obstáculos que enfrentavam, eles permaneceram firmes em sua fé e no compromisso com Jesus, confiando na esperança no reino de Deus que Ele anunciou.
“Então Jesus perguntou:
— Mulher, por que você está chorando? Quem é que você está procurando?
Ela pensou que ele era o jardineiro e por isso respondeu:
— Se o senhor o tirou daqui, diga onde o colocou, e eu irei buscá-lo.
— Maria! — disse Jesus.
Ela virou e respondeu em hebraico:
— “Rabôni!” (Esta palavra quer dizer “Mestre”.)
Jesus disse:
— Não me segure, pois ainda não subi para o meu Pai. Vá se encontrar com os meus irmãos e diga a eles que eu vou subir para aquele que é o meu Pai e o Pai deles, o meu Deus e o Deus deles.
Então Maria Madalena foi e disse aos discípulos de Jesus:
— Eu vi o Senhor!
E contou o que Jesus lhe tinha dito.” João 20:15-18
Os relatos da ressurreição de Jesus nos Evangelhos Sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) e no Evangelho de João destacam a presença proeminente das mulheres como testemunhas oculares dos eventos relacionados à ressurreição. Essa ênfase na participação das mulheres é significativa por várias razões.
Primeiro, mostra a fidelidade e coragem das mulheres discípulas de Jesus. Enquanto muitos dos discípulos masculinos fugiram ou se esconderam durante a crucificação de Jesus, as mulheres permaneceram ao seu lado e acompanharam de perto os eventos que se seguiram à sua morte. Sua disposição de ir ao túmulo de Jesus logo cedo na manhã do primeiro dia da semana demonstra seu amor e adoração a Ele, apesar do risco e das dificuldades envolvidas.
Em segundo lugar, ressalta a importância da testemunha feminina nos eventos centrais da fé cristã. Nos tempos antigos, a palavra de uma mulher geralmente era considerada menos confiável do que a de um homem. No entanto, ao destacar as mulheres como as primeiras testemunhas da ressurreição, os evangelhos desafiam as normas culturais da época e afirmam a validade e importância de seu testemunho.
Além disso, a escolha de Deus de revelar a ressurreição de Jesus primeiro às mulheres subverte as expectativas sociais e demonstra a inversão dos valores do Reino de Deus, onde os últimos são os primeiros e os primeiros são os últimos. Essa inversão reflete o tema recorrente de Jesus dar destaque aos marginalizados e oprimidos em seu ministério terreno.
No Evangelho de João, em particular, o relato de Maria Madalena encontrando o túmulo vazio e seu encontro com Jesus ressuscitado destaca o papel central das mulheres na narrativa da ressurreição. Maria Madalena é retratada como uma figura corajosa e fiel, cuja busca por Jesus no túmulo vazio a leva a um encontro transformador com o Senhor ressuscitado. Seu testemunho é fundamental para a proclamação da ressurreição aos discípulos, como visto quando ela anuncia: “Eu vi o Senhor!” (João 20:18).
Em Lucas 24:9-11, encontramos o relato das mulheres discípulas contando aos discípulos masculinos sobre a ressurreição de Jesus e a reação inicial de incredulidade destes:
“Então elas voltaram do túmulo e contaram tudo aos onze discípulos e a todos os outros. Eram Maria Madalena, Joana, Maria, mãe de Tiago, e as outras mulheres que estavam com elas. Eles contaram tudo aos apóstolos. Mas eles não acreditaram no que as mulheres diziam; acharam que era só conversa fiada.” Lucas 24:9-11
Neste relato, vemos que as mulheres retornam do túmulo após encontrá-lo vazio e têm a coragem de compartilhar com os discípulos masculinos a notícia de que Jesus ressuscitou, exatamente como ele havia predito. No entanto, os discípulos não acreditam nelas, considerando suas palavras como “conversa fiada”. Essa reação inicial de incredulidade destaca a surpresa e dificuldade dos discípulos em aceitar a realidade da ressurreição de Jesus, mesmo diante do testemunho das mulheres.
“Então os outros discípulos disseram a Tomé:
— Nós vimos o Senhor!
Ele respondeu:
— Se eu não vir o sinal dos pregos nas mãos dele, e não tocar ali com o meu dedo, e também se não puser a minha mão no lado dele, não vou crer!
Uma semana depois, os discípulos de Jesus estavam outra vez reunidos ali com as portas trancadas, e Tomé estava com eles. Jesus chegou, ficou no meio deles e disse:
— Que a paz esteja com vocês!
Em seguida disse a Tomé:
— Veja as minhas mãos e ponha o seu dedo nelas. Estenda a mão e ponha no meu lado. Pare de duvidar e creia!
Então Tomé exclamou:
— Meu Senhor e meu Deus!
— Você creu porque me viu? — disse Jesus. — Felizes são os que não viram, mas assim mesmo creram!” João 20:25-29
O texto de João 20:25-29 apresenta um diálogo entre Jesus e Tomé que ressalta a importância da fé mesmo na ausência de evidências visíveis. Tomé expressou sua incredulidade e exigiu ver e tocar as feridas de Jesus para crer na ressurreição. No entanto, Jesus repreendeu essa postura e desafiou Tomé a crer sem precisar de provas tangíveis.
Essa passagem nos ensina que a fé verdadeira não depende de evidências físicas ou experiências visíveis, mas é fundamentada na confiança em Deus e na sua Palavra. Jesus enfatizou que aqueles que creem sem ver são verdadeiramente abençoados.
Essa lição é extremamente relevante para os dias de hoje, onde muitas vezes somos tentados a buscar sinais tangíveis ou provas concretas antes de exercermos nossa fé. Vivemos em uma sociedade que valoriza a evidência empírica e a racionalidade, o que pode tornar desafiador crer em algo que não podemos ver ou entender completamente.
No entanto, a mensagem de Jesus para Tomé e para nós é clara: a fé vai além das evidências visíveis. É um ato de confiança no caráter e nas promessas de Deus, mesmo quando não compreendemos totalmente os caminhos dele. A fé nos chama a confiar na fidelidade de Deus, mesmo em meio às incertezas e dificuldades da vida.
Portanto, podemos aplicar essa lição para os dias de hoje lembrando-nos de que a fé é uma escolha consciente de confiar em Deus, independentemente das circunstâncias ao nosso redor. Podemos crer na ressurreição de Jesus e na sua obra redentora, mesmo sem vermos fisicamente as provas. Essa fé nos capacita a viver com esperança, coragem e confiança, mesmo quando enfrentamos desafios e adversidades.
As aparições de Jesus aos discípulos após a ressurreição desempenharam um papel fundamental na confirmação e no fortalecimento de seu ministério. Esses encontros não apenas confirmaram a realidade da ressurreição, mas também capacitaram os discípulos para cumprir a grande comissão de Jesus de espalhar o evangelho pelo mundo.
No Evangelho de Mateus, vemos Jesus aparecendo às mulheres no caminho para relatar aos discípulos a ressurreição. Ele as instrui a dizer aos discípulos para se encontrarem com ele na Galileia, onde ele comissiona-os a fazer discípulos de todas as nações (Mateus 28:9-10, 16-20). Essa aparição destaca a importância da proclamação do evangelho e da missão de fazer discípulos, que é enfatizada por Jesus ao dar essa comissão aos seus seguidores.
“Portanto, vão a todos os povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores, batizando esses seguidores em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” Mateus 28:19
No Evangelho de Lucas, encontramos duas aparições significativas de Jesus aos discípulos. A primeira é a aparição a dois discípulos no caminho de Emaús, onde Jesus se junta a eles, explica as Escrituras e revela sua identidade ao partir o pão (Lucas 24:13-35). Essa aparição destaca como Jesus está presente conosco em nossas jornadas de fé, revelando-se através da Palavra e da comunhão. A segunda aparição é aos discípulos reunidos em Jerusalém, onde ele come com eles e lhes explica as Escrituras, antes de ascender ao céu diante deles (Lucas 24:36-53). Aqui, Jesus os prepara para o recebimento do Espírito Santo e os encarrega de testemunhar sobre ele até os confins da terra.
No Evangelho de João, encontramos várias aparições de Jesus aos discípulos, cada uma com um propósito único. A aparição a Maria Madalena destaca o cuidado pessoal de Jesus por seus seguidores e sua capacidade de transformar o luto em alegria (João 20:11-18). A aparição aos discípulos no cenáculo mostra como Jesus concede o Espírito Santo aos seus seguidores, capacitando-os para o ministério e para perdoar pecados (João 20:19-23). A aparição a Pedro destaca a restauração e o perdão que Jesus oferece aos que o negaram, mostrando sua graça e misericórdia (João 21:15-23).
Finalmente, no livro de Atos dos Apóstolos, vemos a ascensão de Jesus ao céu diante dos discípulos, onde ele lhes dá a promessa do Espírito Santo e os comissiona a serem suas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra (Atos 1:3-11). Essa ascensão destaca a autoridade de Jesus e a missão global de espalhar o evangelho a todas as nações.
As aparições de Jesus após a ressurreição são relatadas principalmente nos evangelhos e em alguns trechos dos Atos dos Apóstolos. Aqui estão as principais fontes desses relatos:
Evangelho de Mateus
– Mateus 28:9-10: A aparição de Jesus às mulheres no caminho para relatar aos discípulos a ressurreição.
– Mateus 28:16-20: A aparição de Jesus aos onze discípulos na Galileia, onde ele comissiona-os a fazer discípulos de todas as nações.
Evangelho de Lucas
– Lucas 24:13-35: A aparição de Jesus a dois discípulos no caminho de Emaús.
– Lucas 24:36-49: A aparição de Jesus aos discípulos reunidos em Jerusalém, onde ele come com eles e explica as Escrituras.
– Lucas 24:50-53: A ascensão de Jesus ao céu diante dos discípulos.
Evangelho de João
– João 20:11-18: A aparição de Jesus a Maria Madalena no jardim próximo ao túmulo.
– João 20:19-23: A aparição de Jesus aos discípulos reunidos no cenáculo, onde ele lhes concede o Espírito Santo e lhes dá autoridade para perdoar pecados.
– João 21:1-14: A aparição de Jesus aos discípulos durante uma pesca milagrosa no mar da Galileia.
– João 21:15-23: A aparição de Jesus a Pedro, onde ele o restaura após sua negação.
Atos dos Apóstolos
– Atos 1:3-11: O relato da ascensão de Jesus ao céu diante dos discípulos no Monte das Oliveiras.
– Atos 9:3-6: A aparição de Jesus a Paulo no caminho de Damasco, que resultou em sua conversão.
Essas são as principais fontes das aparições de Jesus após a ressurreição, conforme registradas nos textos bíblicos. Esses relatos são fundamentais para a compreensão da fé cristã na ressurreição de Jesus e em sua continuidade como Senhor e Salvador.
Nos dias de hoje, as aparições de Jesus aos seus discípulos após a ressurreição têm um significado profundo e relevante para os cristãos. Elas nos lembram da presença contínua de Jesus em nossas vidas, sua capacidade de transformar situações de desespero em esperança e sua comissão para proclamar o evangelho a todos os povos.
Assim como os discípulos experimentaram encontros pessoais com Jesus após a ressurreição, nós também podemos experimentar a presença viva de Cristo em nossa vida diária. Jesus prometeu estar conosco até o fim dos tempos (Mateus 28:20), e sua presença é acessível através da fé e da comunhão com ele em oração, na leitura da Palavra e na participação nos sacramentos.
As aparições de Jesus aos discípulos também nos ensinam sobre a importância do testemunho pessoal e do compartilhamento do evangelho. Assim como os discípulos foram comissionados a serem testemunhas de Jesus em Jerusalém, Judeia, Samaria e até os confins da terra (Atos 1:8), nós também somos chamados a sermos testemunhas de Jesus em nossas próprias esferas de influência, seja em nossas famílias, locais de trabalho, comunidades ou além.
Além disso, as aparições de Jesus aos discípulos nos desafiam a vivermos em conformidade com a vontade de Deus e a sermos obedientes à sua Palavra. Assim como Jesus comissionou os discípulos a fazerem discípulos de todas as nações, também somos chamados a vivermos uma vida de santidade e a compartilharmos o amor de Cristo com os outros, convidando-os a seguirem a Jesus.
Em resumo, as aparições de Jesus aos seus discípulos após a ressurreição têm implicações profundas para os cristãos de hoje. Elas nos desafiam a vivermos em comunhão com Cristo, a compartilharmos o evangelho com os outros e a vivermos em conformidade com a vontade de Deus. Que possamos nos inspirar nesses encontros divinos e vivermos uma vida que glorifique a Deus em tudo o que fazemos.
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