Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Autor
Anderson Silva
Autor
Anderson Silva

O Verdadeiro Sentido da Páscoa: Sábado – O Lamento

Publicado em: 19/04/2025 às 03:35

Última atualização: 19/04/2025 às 03:36

Ouvir este artigo

Dia de Lamento

Quando acontecer, creiam em quem Eu Sou!

Bases bíblicas: Mateus 27:57-66; Marcos 15:42-47; Lucas 23:50-56; João 13:19-43; João 19:38-42.

Homem chorando. | Foto: Freepik.

O Dia de Lamento é um momento de profunda reflexão e pesar na narrativa cristã, marcando o período após a crucificação de Jesus Cristo e seu sepultamento. É um momento de transição entre a morte de Jesus e a esperança da ressurreição, um período em que os discípulos e seguidores de Jesus enfrentaram um turbilhão de emoções e incertezas. As bases bíblicas que relatam esse dia, especialmente nos Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João, fornecem uma visão comovente e detalhada desse momento crucial na história da redenção.

Os discípulos e amigos mais próximos de Jesus, como José de Arimatéia e Nicodemos, tomaram a iniciativa de preparar o corpo de Jesus para o sepultamento com reverência e cuidado. Eles demonstraram sua devoção e respeito ao Mestre, mesmo em meio à profunda tristeza e desorientação causadas por sua morte.

Ao mesmo tempo, o Dia de Lamento é marcado pelas palavras de Jesus aos seus discípulos antes de sua crucificação, registradas em João 13:19-43. Nessas palavras, Jesus antecipou os eventos que se desenrolariam e preparou os discípulos para enfrentarem os dias sombrios que se aproximavam. Ele enfatizou a importância da fé nele como o “Eu Sou”, a fonte da verdadeira vida espiritual e esperança.

Digo isso a vocês agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vocês creiam que “Eu Sou Quem Sou””. João 13:19

Meus filhos, não vou ficar com vocês por muito tempo. Vocês vão me procurar, mas eu digo agora o que já disse aos líderes judeus: vocês não podem ir para onde eu vou.” João 13:33

Jesus, ciente do que o aguardava, procura fortalecer seus discípulos espiritualmente, instruindo-os sobre a natureza transitória deste mundo e a importância de permanecerem firmes na fé. Ele começa expressando a verdadeira essência do seu ministério e a certeza do cumprimento das Escrituras: “Eu sou a verdadeira videira, e meu Pai é o agricultor” (João 15:1). Nessa analogia, ele enfatiza a necessidade de permanecermos conectados a ele, a fonte da vida espiritual e de esperança.

Em seguida, Jesus faz uma declaração profética que lança luz sobre o futuro dos discípulos: “Eu vou para o Pai, e vocês não me verão mais” (João 16:10). Essas palavras, embora possam ter causado desconforto inicialmente, serviram como preparação para os dias de desolação que se seguiriam após sua morte. Ele reconhece o impacto da partida iminente sobre eles, mas também oferece palavras de encorajamento: “Não se perturbem. Creiam em Deus e também em mim” (João 14:1).

Além disso, Jesus promete o envio do Espírito Santo como Consolador e Guia para os discípulos, fortalecendo-os em sua ausência física e capacitando-os para continuarem sua obra no mundo. Ele lhes assegura:

Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, lhes ensinará todas as coisas e lhes fará lembrar tudo o que eu lhes disse”. João 14:26

Ao abordar suas preocupações e medos com sabedoria e amor, Jesus prepara os discípulos para enfrentarem os desafios que viriam após sua crucificação e morte. Ele os encoraja a permanecerem firmes na fé, confiando na promessa de sua presença contínua por meio do Espírito Santo. Essas palavras de conforto e orientação forneceram aos discípulos a força e a esperança necessárias para enfrentarem os dias sombrios que se seguiriam e para continuarem a proclamar a mensagem do evangelho mesmo diante da adversidade.

José de Arimatéia, um membro do Sinédrio e discípulo secreto de Jesus, tomou a iniciativa de pedir o corpo de Jesus a Pilatos. Ele o sepulta em seu próprio túmulo novo, um ato de honra e devoção apesar dos perigos políticos e sociais que isso poderia trazer. Os relatos destacam também a preocupação dos líderes religiosos em garantir que o corpo de Jesus permaneça no sepulcro, colocando uma grande pedra e guardas para evitar qualquer tentativa de remoção.

Lucas complementa essa narrativa ao enfatizar a integridade de José de Arimatéia, descrevendo-o como “um homem bom e justo” que não concordou com as ações dos líderes religiosos. Ele também menciona as mulheres que seguiam Jesus desde a Galileia, observando onde o corpo foi sepultado, mostrando um profundo apego e respeito por seu mestre.

Enquanto isso, no Evangelho de João, encontramos Jesus preparando seus discípulos para os eventos que estavam prestes a ocorrer. Ele faz uma série de afirmações proféticas e instruções, incluindo prenúncios de sua morte e ressurreição. Jesus fala sobre a traição de Judas Iscariotes e o anúncio de que Pedro iria negá-lo três vezes antes do galo cantar, alertando sobre os tempos difíceis que estavam por vir.

Finalmente, João relata como José de Arimatéia e Nicodemos, outro discípulo secreto de Jesus, prepararam o corpo de Jesus para o sepultamento, seguindo os costumes judaicos. Eles envolvem o corpo com especiarias e o envolvem em lençóis de linho antes de colocá-lo no sepulcro novo, localizado próximo ao lugar da crucificação.

Depois voltaram para casa e prepararam perfumes e óleos para passar no corpo dele.
E no sábado elas descansaram, conforme a Lei manda.” Lucas 23:56

A observância do sábado como um dia de descanso era uma prática religiosa e legal judaica prescrita na Lei de Moisés. No Antigo Testamento, especialmente em Êxodo 20:8-11 e Deuteronômio 5:12-15, Deus ordenou que o povo de Israel guardasse o sábado como um dia de descanso, em memória da criação e libertação do Egito. Essas passagens estabelecem que, no sábado, não deveria haver trabalho secular, mas sim um dia de descanso e adoração a Deus. Portanto, a declaração de Lucas sobre as mulheres descansarem no sábado está em conformidade com essa prática prescrita na Lei mosaica.

Lucas menciona que várias mulheres que seguiram Jesus desde a Galileia, incluindo Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago, observaram de longe o que estava acontecendo durante a crucificação. Elas testemunharam o sofrimento de Jesus e estavam presentes durante o momento de sua morte.

O ato das mulheres de preparar perfumes e óleos para o corpo de Jesus após sua morte pode ter paralelos com o uso de perfumes e unguentos no Antigo Testamento, especialmente em contextos de preparação para funerais e sepultamentos. Por exemplo, em Eclesiastes 9:8, há uma referência ao uso de óleo perfumado como parte do ritual de preparação para o funeral: “Que suas roupas estejam sempre limpas e que você nunca perca o óleo perfumado que foi derramado sobre a sua cabeça.” Essa prática de ungir os mortos com óleos perfumados era comum entre os antigos hebreus e outros povos do Oriente Médio.

Lucas 23:50-56 destaca a tristeza e o lamento dos discípulos e seguidores de Jesus após sua morte. Eles cuidadosamente prepararam seu corpo para o sepultamento, demonstrando amor e devoção mesmo em meio à dor e ao sofrimento. Esses eventos também refletem o cumprimento das Escrituras e a fidelidade dos seguidores de Jesus em observar os rituais e tradições judaicas, mesmo em tempos de luto e desespero. Essa preparação para o sepultamento marca o início do período de luto e reflexão sobre a morte de Jesus, que culminará na esperança da ressurreição no terceiro dia.

 

Nos dias de hoje, o “Dia de Lamento”, como descrito em Lucas 23:50-56, continua sendo relevante e oferece várias lições e aplicações para os cristãos:

Expressão de luto e tristeza

Assim como os seguidores de Jesus lamentaram sua morte, também enfrentamos situações de perda e tristeza em nossas vidas. É importante reconhecer e expressar nossas emoções de luto de forma saudável, buscando conforto e apoio na comunidade cristã e em nossa fé em Deus.

Demonstração de amor e devoção

José de Arimateia e as mulheres demonstraram amor e devoção a Jesus cuidando de seu corpo e preparando-o para o sepultamento. Da mesma forma, podemos expressar nosso amor por Cristo servindo aos outros e compartilhando o evangelho com aqueles que estão necessitados espiritualmente.

Seguir os ensinamentos de Jesus

Os discípulos e seguidores de Jesus seguiram fielmente seus ensinamentos e observaram os rituais e tradições judaicas, mesmo em tempos de luto. Hoje, podemos honrar a memória de Jesus vivendo de acordo com seus ensinamentos, praticando o amor, a justiça e a misericórdia em nossas vidas diárias.

Esperança na ressurreição

Após a morte de Jesus, os discípulos enfrentaram uma profunda crise de fé e incerteza quanto ao futuro. Diante da ausência física de seu Mestre, muitos deles se sentiram perdidos e confusos. Pedro, por exemplo, voltou à sua antiga profissão de pescador (João 21:1-3), buscando consolo e segurança em meio à sua desorientação. No entanto, mesmo em meio às suas dúvidas e inseguranças, os discípulos foram lembrados da promessa de Jesus de ressurreição. Após sua ressurreição, Jesus apareceu a eles várias vezes, dissipando suas dúvidas e restaurando sua fé. Um exemplo marcante é o encontro de Jesus com Tomé, que inicialmente duvidou da ressurreição, mas acabou confessando sua fé ao ver e tocar as marcas nas mãos e no lado de Jesus (João 20:24-29).

 

Esses episódios nos lembram que, embora enfrentemos momentos de incerteza e desespero, podemos ter confiança na promessa da ressurreição. Assim como Jesus apareceu aos seus discípulos para dissipar suas dúvidas, podemos confiar que Deus está ao nosso lado em meio às nossas dificuldades, trazendo esperança e restaurando nossa fé. Para nós, a ressurreição não é apenas uma promessa futura, mas uma realidade presente que nos sustenta e nos fortalece, mesmo nos momentos mais sombrios da vida.

Em resumo, o “Dia de Lamento” nos convida a refletir sobre a morte de Jesus e a encontrar consolo, esperança e propósito em nossa fé, mesmo nos momentos mais sombrios da vida. Ele nos lembra da importância de expressar nossas emoções, demonstrar amor e adoração a Cristo e viver de acordo com seus ensinamentos, enquanto aguardamos com fé a promessa da ressurreição e da vida eterna.

Categorias
Categorias

Deixe seu comentário