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Autor
Anderson Silva
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Anderson Silva

O Verdadeiro Sentido da Páscoa: Sexta-feira – A Crucificação

Publicado em: 18/04/2025 às 22:07

Última atualização: 18/04/2025 às 22:12

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Jesus é Crucificado

Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?

Bases bíblicas: Mateus 27:32-56; Marcos 15:21-41; Lucas 23:26-49; João 19:16-37.

Três Cruzes ao por do sol. | Foto. Freepik / jcomp.

A crucificação de Jesus é um dos eventos mais significativos e comoventes da história cristã. É o ápice da missão terrena de Jesus, marcando o clímax de seu sacrifício redentor em favor da humanidade. Nos Evangelhos, encontramos relatos detalhados dessa dolorosa e impactante jornada. Através desses relatos, somos convidados a testemunhar o profundo amor de Deus manifestado na entrega de seu Filho único para a salvação da humanidade. Nesta introdução, exploraremos os relatos de Mateus, Marcos, Lucas e João sobre a crucificação de Jesus, refletindo sobre seu significado e relevância para a fé cristã.

As Estações da Via Dolorosa, também conhecidas como Via Crucis, são uma série de catorze eventos que, segundo a tradição cristã, representam o caminho de Jesus Cristo carregando a cruz até o local de sua crucificação e sepultamento. Essas estações são uma parte central da devoção popular e das práticas religiosas durante a Semana Santa em muitas tradições cristãs.

As estações começam com Jesus sendo condenado à morte por Pôncio Pilatos e terminam em sua sepultura no túmulo. Ao longo do caminho, são retratados diversos momentos significativos da Paixão de Cristo, como a flagelação, a coroação de espinhos, a queda de Jesus sob o peso da cruz, o encontro com sua mãe Maria, a ajuda de Simão de Cirene para carregar a cruz, a consolação das mulheres de Jerusalém, a crucificação, a morte de Jesus e seu sepultamento.

 

As catorze estações da Via Dolorosa são as seguintes:

  1. Jesus é condenado à morte por Pôncio Pilatos.
  2. Jesus carrega a cruz às costas.
  3. Jesus cai pela primeira vez sob o peso da cruz.
  4. Jesus encontra sua mãe, Maria.
  5. Simão de Cirene ajuda Jesus a carregar a cruz.
  6. Verônica enxuga o rosto de Jesus com um lenço.
  7. Jesus cai pela segunda vez.
  8. Jesus consola as mulheres de Jerusalém.
  9. Jesus cai pela terceira vez.
  10. Jesus é despojado de suas vestes.
  11. Jesus é pregado na cruz.
  12. Jesus morre na cruz.
  13. Jesus é descido da cruz e entregue a sua mãe.
  14. Jesus é colocado no sepulcro.

 

Além do Salmo 22 e Isaías 53, há outras profecias no Antigo Testamento que apontam para a crucificação de Jesus. Por exemplo, em Zacarias 12:10, há uma profecia que diz: “Olharão para mim, aquele a quem traspassaram”, que é entendida como uma referência à crucificação de Jesus, onde Ele foi traspassado por um soldado romano enquanto estava na cruz (João 19:37). Também em Salmos 69:21, encontramos a frase “E deram-me fel por mantimento, e na minha sede me deram a beber vinagre”, que é uma imagem poética da crucificação de Jesus, onde Ele recebeu vinagre para beber enquanto estava na cruz, como relatado em Mateus 27:34 e João 19:29. Essas profecias, entre outras do Antigo Testamento, são vistas como cumpridas na crucificação de Jesus, mostrando a conexão entre os eventos do Novo Testamento e as antigas profecias messiânicas.

Ao meio-dia começou a escurecer, e toda a terra ficou três horas na escuridão. Às três horas da tarde, Jesus gritou bem alto:
— “Eli, Eli, lemá sabactani?” Essas palavras querem dizer: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”. Mateus 27:45-46

O momento em que Jesus grita as palavras “Eli, Eli, lemá sabactani?” é um dos momentos mais comoventes e misteriosos da crucificação. Essa declaração revela a profunda angústia e agonia que Jesus estava experimentando naquele momento. Ao citar o Salmo 22:1, Jesus expressa a sensação de abandono e separação de Deus, enquanto ele carrega sobre si o peso dos pecados da humanidade. Essa passagem destaca a humanidade de Jesus, que experimentou a solidão e a escuridão espiritual em seu momento de maior sofrimento. No entanto, também revela a profunda conexão de Jesus com as Escrituras, pois ele cita um Salmo que aponta para sua própria experiência na cruz. Essa cena nos convida a refletir sobre o significado do sacrifício de Jesus e nos lembra da profunda extensão do amor de Deus por nós, que Ele estava disposto a sacrificar seu próprio Filho para nossa redenção.

Se um homem cometer um pecado digno de morte e for executado, e o pendurarem num madeiro, o seu corpo não deverá ficar durante a noite no madeiro, mas vocês deverão sepultá-lo no mesmo dia. Qualquer pessoa que for pendurada num madeiro está sob a maldição de Deus. Não profanem a terra que o Senhor, o seu Deus, lhes está dando como herança.” Deuteronômio 21:22-23

Essa profecia foi entendida por muitos como uma prenunciação da morte de Jesus na cruz, já que a crucificação era uma forma de execução em que a vítima era pregada ou pendurada em uma estrutura de madeira. Essa conexão é feita especialmente em Atos 5:30, onde Pedro menciona que Jesus “foi suspenso no madeiro”.

O sentimento de abandono expresso por Jesus em Mateus 27:45-46, quando ele clama: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”, é profundamente relacionado com o contexto do versículo no Deuteronômio 21:22-23.

No Deuteronômio, há uma instrução sobre o tratamento do corpo de alguém que foi executado e pendurado em uma estaca como forma de punição. Esse texto não apenas estabelece uma lei para as práticas de execução, mas também pode ser visto como uma representação simbólica do afastamento da bênção divina e da comunhão com Deus. A imagem de alguém pendurado em uma estaca é uma figura de maldição e desgraça aos olhos de Deus e da comunidade.

Ao citar o Salmo 22:1, Jesus está se identificando com a condição daqueles que foram executados e pendurados, como mencionado no Deuteronômio. Ele está experimentando a completa separação de Deus e a sensação de ser amaldiçoado, como se estivesse levando sobre si mesmo a maldição que é reservada para os pecadores. Isso ressalta a profundidade do sofrimento de Jesus e sua identificação com a condição humana caída.

Portanto, a conexão entre Mateus 27:45-46 e Deuteronômio 21:22-23 sugere que o clamor de Jesus na cruz não é apenas uma expressão de sua dor física, mas também uma aflição espiritual profunda, refletindo a experiência da maldição e do afastamento de Deus que está associada com a morte na estaca. Essa ligação enfatiza a natureza sacrificial e redentora do sofrimento de Jesus, que se ofereceu como substituto pelos pecados da humanidade, experimentando em seu próprio ser a plena medida do afastamento de Deus.

É difícil estimar precisamente a hora em que Jesus começou a carregar a cruz até sua morte, pois os evangelhos não fornecem uma marcação específica do tempo para esse período. No entanto, é comum acreditar que Jesus foi crucificado por volta do meio-dia e morreu por volta das três da tarde. O monte em que Jesus foi crucificado, é conhecido como “Gólgota” em Aramaico, que significa “lugar da caveira”. Em hebraico, é chamado de “Golgotha”. Esse local ficava fora dos muros de Jerusalém, e seu nome refere-se à semelhança com uma caveira, devido à aparência das rochas ou ao fato de ser um local de execução pública comum.

Juntamente com Jesus foram crucificados dois ladrões. A história dos ladrões crucificados ao Seu lado oferece uma poderosa lição para os dias de hoje sobre arrependimento e redenção. Um dos ladrões, mesmo em seus últimos momentos de vida, reconheceu seus pecados, expressou arrependimento e pediu a Jesus para se lembrar dele no seu reino. Jesus prontamente respondeu, prometendo-lhe a vida eterna no paraíso. Esta narrativa ressalta a importância do arrependimento genuíno e da busca por perdão, mesmo no final da vida. Mostra que não importa quão grave tenham sido nossos pecados, sempre há espaço para o arrependimento e para receber a graça de Deus.

Por outro lado, o outro ladrão, apesar de estar diante do Salvador do mundo, optou por permanecer em sua incredulidade e zombar de Jesus. Sua atitude representa a recusa em reconhecer a necessidade de redenção e a oportunidade perdida de encontrar perdão e salvação. Isso nos alerta sobre a importância de não deixar passar as oportunidades de arrependimento e reconciliação com Deus, pois nunca sabemos quando será nosso último momento na Terra.

Portanto, a história dos ladrões na cruz nos lembra da importância de tomar decisões espirituais sábias enquanto ainda temos tempo, buscando o perdão de Deus e aceitando a graça oferecida por meio de Jesus Cristo. É uma chamada para a reflexão sobre nossas próprias escolhas e a urgência de buscar uma vida de fé e arrependimento.

A necessidade da morte na cruz está profundamente enraizada na narrativa bíblica desde os primórdios da humanidade. Inicialmente, após o pecado de Adão e Eva, a humanidade foi separada de Deus devido ao pecado original. No entanto, desde o início, Deus prometeu enviar um Redentor, um descendente da mulher, que pisaria na cabeça da serpente, simbolizando a vitória sobre o pecado e a morte (Gênesis 3:15).

Essa promessa foi ecoada nas práticas sacrifíciais do Antigo Testamento, onde os sacerdotes ofereciam animais como sacrifícios para expiar os pecados do povo. Esses sacrifícios apontavam para o sacrifício supremo de Jesus na cruz, onde Ele se tornaria o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29).

Ao longo da história de Israel, vemos repetidos exemplos de pecado e rebeldia contra Deus, desde o rei Salomão, que se desviou da adoração verdadeira ao permitir a idolatria em Israel, até os reis de Judá que seguiram os passos de seus antecessores, levando o povo à idolatria e à injustiça.

Devido à persistência no pecado, Deus ficou em silêncio por muitos anos, permitindo que seu povo sofresse as consequências de suas ações.

O pecado de Israel que levou ao exílio na Babilônia foi uma consequência direta da desobediência do povo aos mandamentos de Deus, incluindo a prática da idolatria, injustiça social, corrupção e rejeição da palavra de Deus proclamada pelos profetas. Esse pecado resultou em um afastamento espiritual de Deus e em sua consequente disciplina sobre o povo escolhido.

Assim como o pecado de Israel resultou em sua separação de Deus e na necessidade de disciplina, o sacrifício de Jesus na cruz também aborda essa separação espiritual e oferece uma solução definitiva para a reconciliação com Deus. Enquanto Israel experimentou a disciplina divina por causa de seu pecado, Jesus, como o Messias prometido, assumiu sobre si os pecados do mundo inteiro na cruz.

A morte sacrificial de Jesus na cruz é o clímax da história da redenção. Ele se tornou o sacrifício definitivo, oferecendo-se voluntariamente como o Cordeiro de Deus para expiar os pecados da humanidade. Assim como Israel precisava de um cordeiro para a expiação de seus pecados, Jesus se tornou o Cordeiro perfeito e imaculado, cujo sangue oferecido uma vez por todas é suficiente para perdoar todos os pecados e reconciliar a humanidade com Deus.

Portanto, a crucificação de Jesus na cruz é a resposta final e completa para o pecado humano e sua consequência, a separação espiritual de Deus. Por meio de sua morte e ressurreição, Jesus ofereceu a todos a oportunidade de perdão, restauração e comunhão com Deus, quebrando as barreiras entre Deus e a humanidade causadas pelo pecado.

Algumas pessoas que estavam ali ouviram isso e disseram:
— Ele está chamando Elias.
Uma dessas pessoas correu e molhou uma esponja em vinho comum, pôs na ponta de um bastão e deu para Jesus beber. Mas outros disseram:
— Espere. Vamos ver se Elias vem salvá-lo!
Aí Jesus deu outro grito forte e morreu.
Então a cortina do Templo se rasgou em dois pedaços, de cima até embaixo. A terra tremeu, e as rochas se partiram. Os túmulos se abriram, e muitas pessoas do povo de Deus que haviam morrido foram ressuscitadas e saíram dos túmulos. E, depois da ressurreição de Jesus, entraram em Jerusalém, a Cidade Santa, onde muitos viram essas pessoas.” Mateus 27:47-53

 

A cena da morte de Jesus na cruz, seguida pelo rasgar da cortina do Templo e pelo terremoto, tem significados profundos e aplicáveis para os dias de hoje.

O rasgar da cortina do Templo

Este evento simboliza o acesso direto e irrestrito a Deus por meio de Jesus Cristo. Antes da morte de Jesus, apenas o sumo sacerdote podia entrar no Santo dos Santos, o lugar mais sagrado do Templo, e apenas uma vez por ano. O rasgar da cortina representa o fim da separação entre Deus e a humanidade, indicando que agora todos têm acesso a Deus através da fé em Jesus Cristo. Hoje, essa verdade nos lembra da importância da comunhão pessoal com Deus e da liberdade de nos aproximarmos d’Ele em oração e adoração.

O terremoto e as rochas se partindo

Esse evento natural dramático simboliza a perturbação e a transformação que ocorreram no mundo espiritual com a morte de Jesus. O terremoto representa a agitação das forças espirituais, enquanto as rochas se partindo indicam uma ruptura significativa. Para nós hoje, isso nos lembra da magnitude do sacrifício de Jesus e do impacto que sua morte teve e continua tendo na história da humanidade. Também nos lembra da importância de reconhecer e responder a esse evento com uma fé transformadora e uma vida dedicada a seguir os ensinamentos de Cristo.

 

Em suma, a morte de Jesus na cruz não foi apenas um evento histórico, mas uma ação divina com implicações eternas para a humanidade. As manifestações sobrenaturais que acompanharam destacam a magnitude desse evento e nos convidam a responder com fé, gratidão e compromisso o plano redentor da cruz em nossas vidas nos dias de hoje.

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