OEA discute crise na Venezuela, mas sem consenso. Presidente destaca importância da flexibilidade e promete novas tentativas de resoluções futuras.
O Conselho Permanente da OEA discutiu intensamente a crise na Venezuela, mas não conseguiu aprovar uma resolução devido à inflexibilidade em um ponto específico. O presidente do Conselho, Embaixador Ronald Sanders, defendeu a legitimidade do debate e ressaltou a importância da flexibilidade e do respeito mútuo para alcançar o consenso. Apesar da frustração, ele encorajou os membros a continuarem seus esforços, lembrando que a situação na Venezuela continuará na agenda da OEA. A sessão foi encerrada com a promessa de tentar novamente em futuras discussões.
Por mais de 10 horas os representantes dos 34 países que compõem a OEA, discutiram a crise na Venezuela. | Foto: Divulgação.
Após um longo dia de discussões intensas, o Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) encerrou sua sessão sem conseguir aprovar uma resolução sobre a crise na Venezuela. O encontro, que começou às 10h da manhã e se estendeu até as 20h45, foi marcado por debates acalorados e divergências profundas entre os estados membros.
Em suas observações finais, o presidente do Conselho Permanente, o Embaixador de Antigua e Barbuda nos Estados Unidos Ronald Sanders, destacou a importância do debate e a legitimidade das diferentes posições adotadas pelos países membros. “Como dizem os americanos, este não é meu primeiro rodeio. Em 10 anos nesta organização, debatemos muitos assuntos e analisamos a democracia, os direitos humanos e o estado de direito com muito cuidado“, afirmou o presidente, sublinhando a experiência acumulada ao longo dos anos.
Ele também refutou a acusação de que o Conselho teria falhado em seu compromisso com a democracia. “Um de nossos colegas disse que este Conselho falhou com a democracia. Eu discordo. Este Conselho mostrou-se democrático ao permitir uma discussão completa sobre o assunto, onde todos puderam expressar suas opiniões livremente“, disse o presidente.
Um ponto alarmante mencionado pelo presidente foi a ocorrência de ameaças e ataques a delegados que votaram de maneira diferente. “Pela primeira vez neste lugar, além de quando a delegação venezuelana estava aqui, houve ameaças e ataques contra pessoas por escolherem votar de outra maneira. Isso não é democracia“, ressaltou.
O presidente destacou que o Conselho esteve muito próximo de alcançar uma resolução consensual sobre a Venezuela, mas a inflexibilidade em um ponto específico impediu o acordo. “Estivemos a um fio de cabelo de uma resolução consensual hoje. Não chegamos lá devido à inflexibilidade em um ponto. Esse ponto, na visão do presidente, não valia a resolução“, explicou.
Apesar da frustração pela falta de consenso, o presidente encorajou os membros a não desanimarem. “Não estou desanimado por isso e exorto todos nesta sala a não se desanimarem também. Já passamos por isso antes. Quando a democracia está em jogo, este Conselho Permanente terá que abordar a questão“, afirmou.
Ele lembrou que a situação na Venezuela permanecerá na agenda da OEA e que novas resoluções e reuniões ocorrerão. “A Venezuela e suas circunstâncias não estão fora da agenda da OEA, nem deste Conselho Permanente. Haverá outras resoluções e outras reuniões“, garantiu.
O presidente concluiu seu discurso enfatizando a necessidade de flexibilidade e respeito mútuo para alcançar o consenso. “Flexibilidade era o que precisávamos aqui hoje. Infelizmente, a flexibilidade morreu em um único ponto. Isso foi lamentável, e como todos os outros, lamento o fato de não termos conseguido“, disse ele.
Ele citou exemplos de sucesso em outros contextos, como na Guiana e na Guatemala, onde a OEA desempenhou um papel crucial na garantia de eleições justas e transparentes. “Tudo isso pode acontecer novamente. Flexibilidade, respeito, não intimidação, não ameaças, é o que nos fará trabalhar juntos“, concluiu.
Com essas palavras, o presidente encerrou a sessão, expressando tanto o pesar pela falta de uma resolução quanto a esperança de que os esforços futuros serão bem-sucedidos. “Esta não é uma reunião que deve ser considerada um fracasso. Tentamos e tentaremos novamente“, afirmou, antes de declarar a sessão encerrada.
A crise na Venezuela continua a ser uma questão crítica na agenda internacional, e a OEA permanece empenhada em buscar soluções que promovam a democracia e os direitos humanos no país.
Discurso de encerramento do presidente do Conselho Permanente, o Embaixador de Antigua e Barbuda nos Estados Unidos Ronald Sanders
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