Este artigo é uma trabalho de monografia da Faculdade de Teologia de São Paulo da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil.
1.0 INTRODUÇÃO
Nos últimos 20 anos, o Brasil tem vivenciado uma transformação significativa em seu cenário religioso, marcada pelo crescimento da população evangélica. Este fenômeno não se resume apenas a um aumento numérico, mas reflete mudanças sociais, culturais e espirituais profundas que estão moldando a identidade religiosa do país. Historicamente, o Brasil foi predominantemente católico, mas a realidade começou a mudar drasticamente, com um número crescente de pessoas aderindo às tradições evangélicas. A migração para áreas urbanas, a busca por novas oportunidades e a insatisfação com instituições seculares e religiosas tradicionais têm sido fatores que impulsionam essa transição.
Foto: Canva.
Este estudo busca analisar criticamente o crescimento da população evangélica brasileira, examinando tanto as causas desse fenômeno quanto suas implicações. Serão abordados aspectos demográficos, sociais e teológicos, além das dinâmicas de interação que favorecem a disseminação do evangelicalismo nas diversas camadas da sociedade. Ao investigar a qualidade teológica das igrejas evangélicas e o papel das redes sociais na promoção desse crescimento, a discussão se expandirá para considerar se o crescimento observado realmente se traduz em um fortalecimento da espiritualidade dos membros ou se é uma expansão meramente quantitativa.
Assim, é essencial perguntar: qual é o verdadeiro custo desse crescimento e como as igrejas evangélicas podem equilibrar a busca por números com um compromisso genuíno com a profundidade de sua fé? Esta análise crítica se propõe a esclarecer essas questões, contribuindo para um entendimento mais abrangente do fenômeno evangélico no Brasil contemporâneo.
2.0 DESENVOLVIMENTO
2.1 Diagnóstico da população evangélica brasileira
O Brasil tem registrado, nas últimas duas décadas, um grande crescimento no número de pessoas que se declaram evangélicas. Em 2000, cerca de 15,4% da população brasileira se identificava como evangélica, número que subiu para aproximadamente 22,2% em 2010, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse crescimento foi atribuído, em parte, à migração para áreas urbanas, onde a oferta de igrejas e eventos religiosos é maior, além de mudanças sociais e econômicas, como a urbanização acelerada e as desigualdades socioeconômicas.
Ainda segundo o IBGE, através do censo de 2010, o Brasil registrou uma população de 22,2%, ou 42,3 milhões de evangélicos. A conclusão do IBGE à época foi de que os evangélicos cresceram 61,45% desde o ano 2000 até 2010, ano do censo.
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), revela um surpreendente crescimento dos estabelecimentos religiosos (templos) no Brasil nos últimos 20 anos. Entre os 124.529 estabelecimentos existentes no país em 2021, 52% são evangélicos pentecostais ou neopentecostais, seguidos por 19% de evangélicos tradicionais e 11% de católicos. Entre os evangélicos pentecostais, a Assembleia de Deus possui o maior número de estabelecimentos, com 14%. Apenas 8% dos estabelecimentos não puderam ser identificados, sendo compostos por associações comunitárias, beneficentes ou educacionais. O estudo destaca uma tendência de crescimento tanto em números absolutos quanto na dispersão geográfica em todo o território brasileiro, especialmente no interior do país nos últimos anos. Os pesquisadores observaram que o crescimento das igrejas evangélicas não está limitado apenas às grandes cidades, havendo um aumento notável no número de estabelecimentos em áreas rurais e municípios menores, indicando uma interiorização das instituições religiosas. O fenômeno evangélico no Brasil não é apenas um crescimento exponencial, mas também uma disseminação geográfica significativa.
As informações mais atuais sobre a demografia evangélica no Brasil, se deu pela pesquisa do Datafolha, realizada em janeiro de 2020, o instituto apontou que os evangélicos representam 31% da população brasileira. A religião predominante no país ainda continua sendo o catolicismo, mas registra seu pior índice dos últimos anos, com 50% da população brasileira. Segundo o Datafolha, a religião dos brasileiros se subdividem da seguinte forma:
- Católica: 50%
- Evangélica: 31%
- Não tem religião: 10%
- Espírita: 3%
- Umbanda, candomblé ou outras religiões afro-brasileiras: 2%
- Outra: 2%
- Ateu: 1%
- Judaica: 0,3%
Fonte: G1
De acordo com a última atualização do IBGE, realizada em 01 de julho de 2024, atualmente o Brasil conta com uma população de 212.5 milhões de brasileiros. Logo pela lógica aritmética podemos atribuir, levando em consideração 31% da população brasileira de evangélicos um número de 65.900.962 indivíduos.
2.2 Possíveis motivos do crescimento das igrejas evangélicas brasileiras
O crescimento da população evangélica no Brasil é um fenômeno notável que se deu de forma multifacetada, refletindo mudanças sociais, culturais e religiosas profundas no país. Historicamente, até a década de 1970, a maioria da população brasileira se identificava como católica, com cerca de 90% dos cidadãos seguindo esta fé. Contudo, nas últimas décadas, essa realidade começou a mudar drasticamente, com o percentual de católicos caindo para aproximadamente 50%, enquanto o número de protestantes saltou de 5% para mais de 31%.
Segundo (SPYER, 2023), esse crescimento ocorreu em um contexto de urbanização acelerada, onde milhões de brasileiros migraram do campo para as cidades em busca de melhores oportunidades. Muitas dessas pessoas, que antes viviam em comunidades católicas tradicionais, se viram desamparadas e sem os vínculos familiares e sociais que tinham no ambiente rural. As periferias urbanas, muitas vezes carentes de infraestrutura e serviços, se tornaram o lar de uma nova realidade social e religiosa dessa população.
As dinâmicas sociais observadas por Rodney Stark em “O Crescimento do cristianismo: um sociólogo reconsidera a história” nos dão um panorama geral de como devemos analisar as interações humanas. Nesse cenário, as igrejas evangélicas emergiram como espaços de acolhimento e reconstrução de suas interações sociais. Elas não apenas ofereceram conforto espiritual, mas também se tornaram centros de apoio emocional, educativo e até mesmo profissional. Muitas pessoas encontraram nas igrejas um novo sentido de comunidade, onde são tratadas como “irmãos” e “irmãs” (SPYER, 2023), recebendo ajuda para enfrentar dificuldades financeiras, emocionais e de inclusão social.
Ainda segundo (SPYER, 2023), as igrejas evangélicas também se destacam por suas práticas dinâmicas e envolventes, que atraem não apenas aqueles em busca de uma nova fé, mas também os que desejam um suporte comunitário em um mundo cada vez mais individualista. A alta confiança institucional nas igrejas, conforme apontado por pesquisas, destacam a relevância desses espaços na vida das pessoas, que veem nelas uma alternativa às instituições tradicionais frequentemente desacreditadas.
A 143ª Pesquisa CNT/MDA1, divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), apresentou importantes dados sobre a confiança dos brasileiros em diversas instituições em fevereiro de 2019. Entre os resultados, ficou evidente quais instituições são consideradas mais confiáveis pela população. A pesquisas revelou que, a Igreja emerge como uma das instituições em que a população mais confia, alcançando uma impressionante taxa de 34,3%. Esse percentual significativo destaca o papel essencial que as instituições religiosas desempenham na vida dos brasileiros, servindo como um pilar de apoio emocional e espiritual.
Em um contexto em que outras instituições, como a Justiça e a Polícia, apresentam níveis de confiança consideravelmente mais baixos, a Igreja se solidifica como um espaço de credibilidade e respeito, refletindo a busca da população por valores e orientações em meio a um cenário político e social desafiador. A pesquisa apontou os seguintes dados:
Confiança nas instituições?
Sobre as instituições e/ou corporações que o entrevistado mais confia:
- Igreja: 34,3%
- Bombeiros: 19,7%
- Forças Armadas: 16,0%
- Justiça: 9,8%
- Polícia: 4,1%
- Imprensa: 3,7%
- Governo: 2,4%
- Congresso Nacional: 1,0%
- Partidos políticos: 0,2%
Fonte: 143ª Pesquisa CNT/MDA
Se a Igreja é percebida pela população como um espaço de segurança, conforme os dados da 143ª Pesquisa CNT/MDA, é compreensível o crescimento observado nessas instituições. Esse aumento nas instituições evangélicas pode ser atribuído à facilidade de se estabelecer novas igrejas (templos). Enquanto as igrejas católicas operam sob uma hierarquia rigorosa, subordinando-se ao papado do Vaticano, esse modelo pode gerar lentidão na organização e na adaptação das comunidades. Em contrapartida, as igrejas evangélicas, especialmente as de matizes pentecostais e neopentecostais, não se sujeitam a esse rigor hierárquico. Muitas delas não exigem que seus líderes sejam teólogos ordenados, permitindo que um indivíduo considerado o mais sábio entre os membros seja reconhecido como pastor. Esse modelo mais flexível e acessível favorece a criação e o crescimento das comunidades evangélicas. Por outro lado, nas igrejas evangélicas tradicionais, como o presbiterianismo e o metodismo, esse crescimento não é tão evidente. Em contraste, as igrejas pentecostais têm se destacado por um crescimento significativo, refletindo a busca da população por uma espiritualidade mais dinâmica e participativa.
Assim, o crescimento da população evangélica no Brasil pode ser compreendido como uma resposta a uma série de transformações sociais, onde as igrejas desempenham um papel vital na reconstituição dos laços sociais e confiança, com uma oferta de um novo sentido de pertencimento em meio às adversidades da vida urbana. Este fenômeno não apenas redefine o panorama religioso brasileiro, mas também contribui para uma nova forma de interação social nas comunidades.
2.3 Qualidade teológica das igrejas evangélicas brasileiras
A qualidade da teologia praticada nas igrejas evangélicas brasileiras é um tema que desperta grande debate, especialmente quando consideramos o contexto da baixa formação teológica de muitos líderes leigos, que não são considerados pastores, nas igrejas pentecostais e neopentecostais. Muitas dessas instituições, em sua busca por crescimento, acabam não exigindo formação teológica formal para seus líderes. Em diversos casos, as comunidades levantam indivíduos que se destacam entre eles por sua sabedoria ou carisma, conferindo-lhes o título de pastor, sem que estoques de formação teológica sejam imprescindíveis.
Esse cenário é refletido na própria estrutura das igrejas, que muitas vezes favorece uma abordagem superficial da fé. De acordo com Pr. Silas Daniel, “temos um crescimento numérico, mas hoje vejo que o mundo tem influenciado mais algumas igrejas do que elas” (DANIEL, 2020). O evangelho da autoajuda, por exemplo, se torna uma das principais correntes ideológicas dentro de algumas dessas igrejas, onde a Bíblia é vista como um conjunto de histórias inspiradoras, e termos como pecado e arrependimento são frequentemente evitados (COSTA, 2020). Essa superficialidade teológica é reforçada por um estilo de pregação que prioriza a prosperidade material e a motivação, em detrimento de ensinamentos mais profundos sobre caráter, ética e compromisso espiritual.
A influência da cultura contemporânea, com seu foco em entretenimento e resultados imediatos, também permeia as práticas congregacionais. O louvor, que deveria ser um ato de adoração, muitas vezes se transforma em um espetáculo, como observa Donnie Swaggart, que critica a presença de “muito lixo no altar de Deus” (UCHOA, apud, SWAGGART, 2020). Essa transformação do culto e a ênfase em práticas que atraem públicos grandes, mas não necessariamente comprometidos com a mensagem cristã, levantam preocupações sobre a qualidade espiritual das congregações.
Ademais, a falta de uma formação teológica sólida pode resultar em uma compreensão limitada e distorcida do evangelho, onde a expectativa dos fiéis se concentra em milagres e soluções rápidas para suas necessidades pessoais, favorecendo um Jesus “milagreiro” e reduzindo a fé a uma relação funcional e utilitarista (COSTA, 2009). Essa abordagem é suscetível à influência de modismos e doutrinas importadas, que muitas vezes não são contextualizadas com a realidade social do Brasil.
Assim, enquanto a Igreja brasileira cresce em números, a qualidade da teologia praticada, em especial nas igrejas pentecostais e neopentecostais, levanta questionamentos sobre o verdadeiro avivamento espiritual. A chamada a um retorno a uma teologia mais profunda é urgente, pois apenas um entendimento sólido do evangelho pode sustentar uma fé genuína e engajada no mundo contemporâneo.
2.4 Os novos meios de comunicação como as redes sociais tem favorecido o crescimento das igrejas evangélicas no Brasil?
O crescimento das igrejas evangélicas, especialmente nas últimas décadas, pode ser entendido à luz de dinâmicas sociais que se assemelham ao que Rodney Stark observou sobre o crescimento do cristianismo nos primeiros séculos. As redes sociais desempenham um papel crucial nesse processo, funcionando como uma plataforma que facilita a disseminação de informações e a criação de laços comunitários, essenciais para a expansão das igrejas. A televisão por sua vez também já desempenhou seu papel proeminente na dinâmica social e no favorecimento do crescimento das igrejas evangélicas. Canais de televisão foram criados e uma gama de programas com entretenimento ‘cristão’ foram ofertados, porém com o advento da internet e dos smartphones as redes sociais tem tomado a dianteira na comunicação secular e religiosa.
Primeiramente, assim como no passado, o crescimento das igrejas evangélicas se dá por meio de relações interpessoais e redes de confiança, que são intensificadas pelo uso das plataformas digitais. As redes sociais permitem que os indivíduos compartilhem suas experiências e crenças com um público mais amplo, promovendo o engajamento e atraindo novos membros. Esse fenômeno se reflete em como comunidades evangélicas utilizam ferramentas como Facebook, Instagram e YouTube para transmitir cultos, compartilhar testemunhos e promover eventos, tornando a fé mais acessível e visível para aqueles que buscam uma nova espiritualidade.
Além disso, o conceito de “conversão secundária”, que Stark menciona, é especialmente pertinente no contexto atual. A convivência nas redes sociais muitas vezes resulta em interações entre pessoas de diferentes crenças, onde a informação e a experiência religiosa são trocadas, criando um ambiente propício para a adesão à fé evangélica. (STARK, 2006, p.130) afirma que “toda vez que ocorre um casamento misto, o cônjuge menos religioso normalmente irá aderir à religião do cônjuge mais religioso”, o que pode ser extrapolado para as relações nas redes sociais, onde o convívio com pessoas que compartilham suas experiências religiosas pode levar a novas conversões.
2.5 Como os novos meios de comunicação com as redes sociais podem estar prejudicando as igrejas evangélicas
As redes sociais têm desempenhado um papel significativo na polarização política dentro das igrejas, transformando o espaço religioso em um campo de debates acalorados que frequentemente ofusca os princípios espirituais e de união que deveriam prevalecer nesse contexto. Esse fenômeno é aprofundado pela alta confiança que a população demonstra nas instituições religiosas, que, segundo a 143ª Pesquisa CNT/MDA, atinge 34,3%, superando a confiança em outras instituições como a Justiça (9,8%), a Polícia (4,1%) e o Governo (2,4%) (CNT/MDA, 2023).
Entretanto, essa confiança nas igrejas, que deveria ser um fator de coesão e espiritualidade, tem sido prejudicada pela intrusão da política nas discussões religiosas. O uso das redes sociais como plataforma para debater questões políticas tem criado um ambiente de polarização, onde as opiniões são frequentemente extremadas e a empatia entre os membros da congregação é substituída por divisões acentuadas. O que poderia ser um espaço para promover a paz, a solidariedade e a espiritualidade se transforma em um campo de batalha ideológico, onde as doutrinas religiosas são muitas vezes utilizadas para justificar posicionamentos políticos.
Esse cenário reflete a análise de (HAN, 2015), que discute como a sociedade contemporânea se tornou um espaço onde a competição e a autoexploração predominam. As redes sociais, ao fomentar a autoexpressão, criam uma pressão para que os indivíduos se posicionem de maneira clara e contundente, muitas vezes em detrimento da reflexão crítica e do diálogo. Como resultado, os fiéis são incentivados a se alinhar com determinadas ideologias políticas, reduzindo a pluralidade de pensamentos que deveria ser característica de uma comunidade religiosa.
Além disso, a polarização política nas igrejas tem implicações diretas na confiança que as pessoas depositam em suas lideranças e instituições. A manipulação de mensagens e a propagação de desinformação nas redes sociais minam a credibilidade das instituições religiosas, que passam a ser vistas como extensões de agendas políticas, em vez de refúgios espirituais. Esse comportamento gera um ciclo vicioso, onde a confiança nas instituições religiosas pode se deteriorar ainda mais, levando os indivíduos a questionar não apenas as posições políticas defendidas, mas também a integridade das instituições em si.
3.0 CONCLUSÃO
O crescimento das igrejas evangélicas no Brasil é inegável e se manifesta em números significativos, refletindo uma mudança profunda na paisagem religiosa do país. A transição de uma sociedade majoritariamente católica para a inclusão de uma população evangélica crescente, que se aproxima de 31% da população, indica uma transformação nas estruturas sociais e culturais. No entanto, é essencial questionar a natureza desse crescimento: a que preço ele se concretiza?
Embora as estatísticas demonstrem um aumento no número de igrejas e de fiéis, é importante considerar a qualidade teológica e espiritual que essas instituições oferecem. Muitas igrejas, em sua busca por crescimento numérico, têm adotado práticas que priorizam o entretenimento em detrimento de um ensino teológico sólido. A ausência de formação teológica adequada entre os líderes religiosos em muitas congregações, especialmente nas correntes pentecostais e neopentecostais, levanta preocupações sobre a profundidade da fé que os membros estão desenvolvendo.
A superficialidade na abordagem da espiritualidade, onde o foco se desloca para temas como prosperidade material e autoajuda, pode resultar em uma experiência religiosa limitada. Como observado por (DANIEL, 2020), há um crescimento numérico, mas a influência do mundo sobre algumas igrejas é evidente. Essa realidade sugere que, embora as igrejas estejam se expandindo, essa expansão pode não estar acompanhada de um verdadeiro avivamento espiritual, comprometendo o potencial transformador da fé em suas comunidades.
Além disso, a polarização política fomentada pelas redes sociais tem gerado divisões dentro das congregações, minando a confiança nas instituições religiosas e afastando os membros dos princípios de unidade e amor que deveriam caracterizar o ambiente eclesiástico. Assim, enquanto as igrejas evangélicas crescem em números, a pergunta que se impõe é: esse crescimento se traduz em saúde espiritual e em um aprofundamento da fé dos seus membros? Ou estamos apenas testemunhando um aumento quantitativo que não necessariamente se correlaciona com uma evolução qualitativa nas crenças e práticas religiosas evangélicas protestante reformada?
Portanto, é fundamental que as igrejas evangélicas reflitam sobre essa questão. O desafio reside em equilibrar o crescimento numérico com um compromisso genuíno com a teologia protestante e com o desenvolvimento espiritual de seus membros. A verdadeira força de uma comunidade de fé deve ser medida não apenas pelo número de fiéis, mas pela profundidade de sua fé, pela qualidade de suas doutrinas e pela capacidade de promover um ambiente que apoie o crescimento espiritual e a transformação de vidas.
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1A CNT/MDA refere-se à pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) em parceria com o Instituto MDA (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento de Mercado). Essa pesquisa é realizada periodicamente e tem como objetivo captar a opinião da população brasileira sobre diversos temas, incluindo confiança em instituições, avaliação de serviços públicos, percepção sobre a economia, entre outros aspectos sociais e políticos. A CNT é uma entidade representativa do setor de transporte no Brasil, enquanto o MDA é um instituto especializado em pesquisas de opinião e mercado. Juntas, essas instituições produzem dados relevantes que ajudam a entender as tendências e percepções da sociedade brasileira, servindo como subsídio para a formulação de políticas públicas e para a análise do comportamento do eleitorado e da população em geral.
4.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE. Confira resultados da pesquisa CNT/MDA. 2019. Disponível em: <https://www.cnt.org.br/agencia-cnt/confira-resultados-pesquisa-cnt-mda>. Acesso em: 16 abr. 2025.
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Análise da realidade eclesial e teológica do Brasil. Disponível em: <chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.cnbb.org.br/wp-content/uploads/2020/03/files_49ac1c70badd2.pdf>. Acesso em: 16 abr. 2025.
DANIEL, Silas. A sedução das novas teologias. São Paulo: CPAD, 2008.
FATIPI. Módulo 02. Unidade de aprendizagem 4. As ciências sociais utilizadas na leitura da história do cristianismo.
FATIPI. Módulo 03. Unidade de aprendizagem 2. Poder e política nas sociedades modernas.
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KAMEOKA, Marcio. Só 7% dos brasileiros confiam nos outros: como superar a desconfiança. Gazeta do Povo, 2018. Disponível em: <https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/so-7-dos-brasileiros-confiam-nos-outros-como-superar-a-desconfianca-0v4qlubk0vbqvotrm8na4rqj5>. Acesso em: 16 abr. 2025.
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UCHOA, Clécio. Revista Ultimato. O quadro teológico da igreja brasileira. Disponível em: <https://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/o-quadro-teologico-da-igreja-brasileira>. Acesso em: 16 abr. 2025.
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