Crise de Imagem e Economia: Lula enfrenta pior índice de aprovação desde o início do mandato, com inflação alta e críticas à gestão
A popularidade de Lula cai: 56% desaprovam seu governo, o pior índice desde o início do terceiro mandato. Alta da inflação, juros elevados e insatisfação com a economia e a comunicação agravam o cenário. Medidas como crédito via FGTS e isenção de IR não foram bem recebidas.
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
A popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito através das urnas eletrônicas em vigor no dia 30 de outubro de 2022, enfrenta um declínio acentuado, com 56% dos brasileiros desaprovando seu governo, segundo a pesquisa Genial/Quaest. Este retrocesso se deve a uma combinação de fatores econômicos e políticos desafiadores, a pouco mais de um ano e meio das eleições de 2026. A disparada nos preços dos alimentos, elevada inflação e juros altos têm impactado diretamente o poder de compra da população.
A pesquisa Genial/Quaest divulgada no início do mês ouviu 2.004 brasileiros com 16 anos ou mais, e o nível de confiabilidade, segundo o instituto é de 95%. Os dados mostram queda na aprovação do governo Lula: 41% aprovam, enquanto 56% desaprovam — os piores índices desde o início do terceiro mandato.
Fonte: https://lp.genialinvestimentos.com.br/pesquisas/
Entre as mulheres, a desaprovação também atingiu o maior nível desde fevereiro de 2024, com 53%. Os resultados reforçam o momento delicado da gestão, que enfrenta crescente desgaste junto à opinião pública.
Fonte: https://lp.genialinvestimentos.com.br/pesquisas/
As recentes pesquisas mostram que, além da insatisfação com a economia, falhas na comunicação do governo e a condução das contas públicas têm contribuído para o descontentamento popular. A inflação superou a meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional, fechando 2024 em 4,83%, com os alimentos registrando alta de 7,69%. Esse cenário econômico afeta especialmente os cidadãos de baixa renda, que sentem o aumento nos preços de itens básicos. Na prática, a percepção da população sobre a inflação é muito mais negativa do que os índices oficiais indicam. De acordo com leitor “a inflação real ultrapassa os 50%”, evidenciando uma crescente insatisfação diante do aumento no custo de vida.
Para tentar reverter a queda na popularidade, o governo adotou medidas como a facilitação do acesso ao crédito, incluindo o empréstimo consignado com garantia do FGTS. No entanto, a iniciativa gerou críticas e aumentou o desgaste, sendo vista por muitos como prejudicial à população. Nas redes sociais, internautas apontaram que o governo estaria emprestando ao cidadão seu próprio dinheiro, mas cobrando juros. “Eu te empresto o seu próprio dinheiro e você me devolve com juros”, ironizou o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil).
Simulações indicam que, em um empréstimo de R$ 30 mil, o valor final pago pelo credor pode ultrapassar R$ 83 mil, considerando juros mensais de 3,04%.
Outro proposta que o governo também tenta emplacar é o de isentar do Imposto de Renda aqueles que ganham até R$ 5 mil por mês. No entanto, especialistas alertam que tais ações podem não ser suficientes para melhorar a percepção do eleitorado, já que a insatisfação com a economia tende a predominar.
A comunicação do governo também foi reformulada, com a nomeação de Sidônio Palmeira como novo ministro da Secretaria de Comunicação. Ele busca atualizar a linguagem nas redes sociais e promover as ações positivas do governo, mas ainda não obteve resultados.
Embora Lula tenha um histórico de alta popularidade em seus dois primeiros mandatos, a atual conjuntura é marcada por desafios econômicos e um capital político reduzido, resultado de crises anteriores e insatisfação popular. O futuro do governo até 2026 dependerá de medidas eficazes que consigam aliviar a pressão sobre o bolso dos brasileiros e restabelecer a confiança no manejo econômico do país.
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