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Anderson Silva
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PT: Um Partido Popular sem os Votos do Povo

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O PT, outrora forte eleitoralmente, enfrenta rejeição crescente. Em 2020, não elegeu prefeitos em capitais e teve seu pior desempenho desde a redemocratização.

O PT, que já foi uma grande força eleitoral no Brasil, enfrenta uma rejeição crescente, refletida nos resultados das últimas eleições. Em 2020, o partido não conseguiu eleger prefeitos em nenhuma capital e registrou seu pior desempenho desde a redemocratização, com apenas 183 prefeituras. Comparado a 2004, quando governava nove capitais e 411 prefeituras, o declínio é evidente. Hoje, o partido tem chances de vencer em apenas quatro capitais, mas enfrenta forte rejeição, especialmente em seus antigos redutos, como a Grande São Paulo e o ABC Paulista. Um partido que se diz popular, porém sem o povo.


 


Luiz Inácio Lula da Silva, eleito através das urnas eletrônicas em vigor no dia 30 de outubro de 2022. | Foto: Josivam Gomes

 

O Partido dos Trabalhadores (PT) já foi sinônimo de força eleitoral no Brasil, alcançando seu ápice no início dos anos 2000. No entanto, o cenário atual é drasticamente diferente, conforme aponta o editorial do jornal O Estado de S. Paulo. Hoje, o PT enfrenta uma rejeição crescente, refletida em seus resultados eleitorais e na percepção pública de sua gestão.

Há 20 anos, o PT vivia seu “zênite eleitoral“. Em 2004, no segundo ano do primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, o partido conquistou nove capitais e 411 prefeituras. Contraste isso com 2020, quando o PT não conseguiu eleger prefeitos em nenhuma capital e obteve apenas 183 prefeituras, 71 a menos do que em 2016. Este foi o pior desempenho do partido desde a redemocratização do Brasil.

O Estadão destaca que hoje o PT tem chances de eleger candidatos em apenas quatro capitais, e mesmo assim, com tendência de derrota em todas. Em São Paulo, berço do partido, o PT não lidera em nenhum dos 39 municípios da Grande São Paulo. No tradicional bastião eleitoral do Grande ABC, o partido é competitivo apenas em dois municípios, com candidatos tecnicamente empatados com adversários e liderando índices de rejeição.

O Que Mudou?

Segundo o editorial, o PT mantém a mesma ideologia estatizante, hostilidade à iniciativa privada, corporativismo com setores do funcionalismo público, discurso da “luta de classes” e retórica maniqueísta do “nós contra eles“. O que mudou foi o Brasil, que, em grande parte, rejeita o partido devido aos desmandos ocorridos durante seus anos no poder.

Nos últimos 20 anos, o PT governou o país por 14 anos. Apesar das promessas de crescimento econômico, o Brasil cresceu abaixo da média dos países emergentes. A aplicação dos dogmas desenvolvimentistas petistas por Dilma Rousseff resultou em uma recessão que devorou cerca de 10% do PIB em dois anos. Além disso, o partido protagonizou grandes escândalos de corrupção, como o Mensalão e o Petrolão, que contribuíram para a desmoralização da política e alavancaram candidatos como Jair Bolsonaro.

Lula venceu a eleição de 2022 com uma margem apertada, devido à aversão dos moderados a mais quatro anos de Bolsonaro, e a quem diga para aqueles mais ousados; “interferências supremas”. No entanto, perdeu entre as classes médias e nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. O verdadeiro tamanho do petismo é medido pelos 130 deputados eleitos pela sua coalizão e pelas ruas vazias nas manifestações lideradas pelo PT.

As eleições municipais são particularmente reveladoras, pois nelas o que está em jogo é a gestão pura e simples, não tanto a ideologia. A gestão petista tem sido rejeitada por aqueles que a experimentaram. Fernando Haddad, o último prefeito petista da capital paulista e cotado a sucessor de Lula, perdeu a disputa à reeleição em 2016 no primeiro turno. Em 2020, Jilmar Tatto terminou a corrida em sexto lugar.

A crise de identidade da esquerda não é exclusiva do PT, mas o partido paga mais caro pelas décadas de subserviência ao projeto hegemônico do PT. Entre as legendas de esquerda que conquistaram sete capitais há quatro anos, só João Campos (PSB), no Recife, tem chances reais de vitória.

 

O editorial do Estadão conclui com uma frase de Roberto Campos: “O PT é um partido de trabalhador que não trabalha, estudantes que não estudam e intelectuais que não pensam”. Seria o caso de acrescentar uma quarta contradição: é um partido que se diz “popular” sem os votos do povo.

Um paradoxo —  PT: Um partido que se diz popular, porém sem o povo.


 

Fonte:

https://www.estadao.com.br/opiniao/um-partido-popular-sem-os-votos-do-povo/

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