Caso de Oswaldo Eustáquio expõe suposto abuso de autoridade da PF e STF, com invasão domiciliar, revista íntima e apreensão de eletrônicos da filha.
O caso de Oswaldo Eustáquio e sua filha Mariana, de 16 anos, expôs graves alegações de abuso de autoridade e perseguição por parte da Polícia Federal e do STF. Mariana teve sua casa invadida pela PF, com apreensão de dispositivos eletrônicos, sob ordens que poderiam resultar na prisão de sua mãe, Sandra Mara, se a jovem usasse redes sociais. Durante a operação, Mariana sofreu um corte na mão e foi submetida a uma revista íntima, gerando críticas por violações de direitos. O caso destaca preocupações sobre a liberdade de imprensa e os limites da autoridade no Brasil.
Imagem de Sandra Mara Volf Pedro Eustáquio e Mariana Eustáquio. | Foto: Reprodução / Redes Sociais.
O cenário político e judicial brasileiro tem sido palco de inúmeras acusações de abuso de autoridade e irregularidades, especialmente no que diz respeito às investigações conduzidas pela Polícia Federal e às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Recentemente, o caso do jornalista Oswaldo Eustáquio e sua filha Mariana, de apenas dezesseis anos, trouxe à tona preocupações graves sobre a atuação dessas instituições.
Oswaldo Eustáquio, jornalista e exilado político na Espanha, relata que sua filha Mariana teve sua casa invadida pela Polícia Federal (PF). Segundo Eustáquio, “a Polícia Federal arrombou o portão de casa, arregaçou tudo e entrou,” em uma ação que ele considera um claro abuso de autoridade. A jovem Mariana, que se prepara para seguir a carreira de jornalista, foi alvo de uma série de medidas que incluíram a apreensão de seu passaporte e celular, além de uma possível ida ao Juizado de Menores.
A situação de Mariana é emblemática de um quadro mais amplo de perseguição a jornalistas e influenciadores digitais no Brasil. Eustáquio destaca que sua filha é uma influenciadora e que ele, como pai e responsável legal, tem acesso às suas contas e atividades nas redes sociais. “Eu sou uma influenciadora e o meu pai é o responsável por mim. É lógico que o meu pai tem acesso às minhas coisas” afirmou Eustáquio, referindo-se a fala de Mariana aos policiais que vasculhavam sua casa. “Claro, ela é de menor”, completou Eustáquio.
Segundo Eustáquio, a polícia apreendeu celulares, computadores, tablets e outros dispositivos eletrônicos que poderiam ser utilizados pela adolescente. O mandado de busca também incluía a possibilidade de apreensão de armas, munições e dinheiro ou bens de alto valor encontrados na residência.
Mariana Eustáquio se fere em abordagem policial
Durante a operação policial, Mariana se sentiu provocada e, em um momento de desespero, quebrou um porta-retrato de vidro, resultando em um corte profundo na mão. O ferimento foi descrito como grave, e ela precisou de atendimento médico. A situação foi marcada por um clima de terror psicológico, afetando não apenas Mariana, mas também sua mãe, Sandra Mara Volf Pedro Eustáquio.
Segundo Eustáquio, Mariana se sentiu ameaçada quando a delegada da PF, disse que ela seria levada para um abrigo e que sua mãe iria para a cadeia. Essa declaração, junto com o clima de terror psicológico criado durante a operação, contribuiu para a sua sensação de ameaça e desespero. Além disso, havia a pressão de que qualquer postagem dela nas redes sociais poderia resultar na prisão preventiva de sua mãe.
Mãe de Mariana Eustáquio pode ser presa se filha utilizar as redes sociais
O ministro do STF, Alexandre de Moraes, determinou que Sandra Mara Volf Pedro Eustáquio, será presa caso sua filha de 16 anos, Mariana, utilize as redes sociais. As medidas cautelares incluem a entrega de passaportes e o bloqueio das redes sociais de mãe e filha.
Durante a operação da Polícia Federal, foram entregues intimações que proíbem o uso de redes sociais, diretamente ou por terceiros, e a entrega dos passaportes. Caso as medidas sejam descumpridas, Sandra Mara poderá enfrentar prisão preventiva e uma multa diária de R$ 50 mil.
A Polícia fez revista íntima na menor de idade Mariana Eustáquio
Ainda segundo Eustáquio, revista íntima foi realizada em Mariana, que é menor de idade, isso foi descrita como uma violação grave de seus direitos e dignidade. Nove policiais entraram na casa e realizaram a busca de forma invasiva, o que gerou um clima de terror psicológico para a adolescente. A operação foi considerada abusiva, especialmente por se tratar de uma menor de idade, e levantou preocupações sobre a proteção dos direitos das crianças e adolescentes em situações de investigação. A ação foi criticada por ser desproporcional e por não respeitar a privacidade e a dignidade de Mariana, evidenciando a necessidade de protocolos mais rigorosos em operações que envolvem menores.
A presença de nove policiais da Polícia Federal foi destacada por Eustáquio, indicando uma ação coordenada e de grande escala. Além dos policiais, integrantes do Conselho Tutelar acompanharam a abordagem, o que sugere que a situação envolvia preocupações sobre a proteção da menor. A combinação de forças policiais e conselheiros tutelares gerou um clima de intimidação, levantando questões sobre a adequação e a necessidade de tal abordagem em relação a uma adolescente, especialmente em um contexto que poderia ser tratado de maneira menos invasiva.
Oswaldo Eustáquio fala sobre as reportagens da Folha de S. Paulo
A série de reportagens publicados no jornal Folha de S. Paulo pelo jornalista Glenn Greenwald foi mencionado na entrevista que Oswaldo Eustáqui concedeu ao canal Didi Red Pill, nesta quarta-feira (14). Na entrevista Eustáquio mencionou que Greenwald, conhecido por suas reportagens investigativas, tem sido alvo de críticas e pressões. Segundo Eustáquio, a escolha de Greenwald como coautor de matérias investigativas pode ter sido uma estratégia para evitar represálias mais severas contra jornalistas brasileiros. “Se fosse só o Fábio Serapião, ele poderia estar preso hoje,” comentou Eustáquio, referindo-se a coautoria das reportagens da Folha de S. Paulo, que são assinadas por Greenwald e Serapião.
A Folha de São Paulo, um dos maiores jornais do país, também enfrenta desafios semelhantes. Eustáquio acredita que o jornal está sendo alvo de ataques devido à sua postura crítica e independente. “A Folha de São Paulo sempre nos atacou, nos chamou de golpistas, e eu sempre disse para jornalistas da grande mídia: uma hora vai chegar em vocês,” afirmou.
Opinião
A situação de Oswaldo Eustáquio e sua filha Mariana, bem como as denúncias de Glenn Greenwald, levantam questões preocupantes sobre a liberdade de imprensa e o estado de direito no Brasil. As ações descritas não apenas ameaçam a integridade dos jornalistas envolvidos, mas também representam um perigo significativo para a democracia e a transparência no país. A perseguição a jornalistas e influenciadores digitais cria um ambiente de medo e censura, onde a liberdade de expressão é constantemente ameaçada.
Esses eventos destacam a necessidade urgente de um debate público mais amplo sobre os limites da autoridade judicial e policial, bem como sobre a proteção dos direitos fundamentais dos cidadãos. É imperativo que a sociedade brasileira se una em defesa da liberdade de imprensa e dos direitos humanos, garantindo que as investigações e ações judiciais sejam conduzidas de maneira justa e transparente.
A luta contra os abusos de autoridade e a defesa da liberdade de imprensa são essenciais para a manutenção de uma democracia saudável e funcional. É crucial que todas as vozes, independentemente de suas posições políticas, se levantem contra qualquer forma de opressão e censura, assegurando que a verdade e a justiça prevaleçam.
Live transmitida pelo canal Didi Red Pill no Youtube com entrevista de Oswaldo Eustáquio
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