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Anderson Silva
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Queimadas no Governo Lula Batem Recorde de 14 Anos, Formam “Corredor de Fumaça” e Castigam Animais.

Atualizado em: 27 agosto, 2024 às 14:59

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Queimadas recordes em 2024 formam corredor de fumaça em 10 estados. Governo Lula é criticado por gestão ambiental e falta de recursos.

As queimadas na Amazônia e no Pantanal atingiram níveis recordes em 2024, formando um “corredor de fumaça” que afeta 10 estados brasileiros. Segundo o INPE, mais de 102.670 focos de incêndio foram registrados de janeiro a agosto, o maior número em 14 anos. O governo Lula enfrenta críticas por sua gestão ambiental, com cortes no orçamento para combate a incêndios e falta de distribuição de recursos prometidos. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, atribui os incêndios a ações humanas e destaca a necessidade de investigação e mudança de práticas, enquanto a crítica recai sobre o governo pela ineficácia no combate às queimadas e desmatamento.


 

Focos de queimadas entre os dias 24, 25 e 26 de agosto – fonte INPE (clique na imagem para ampliar)

 

As queimadas na Amazônia e no Pantanal atingiram níveis recordes, formando um “corredor de fumaça” que afeta pelo menos 10 estados brasileiros e causa destruição significativa à fauna e flora locais. Este cenário crítico coloca em xeque a gestão ambiental do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, eleito através das urnas eletrônicas em vigor no dia 30 de outubro de 2022, que enfrenta dificuldades para sustentar sua promessa de protagonismo na gestão ambiental.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre 1º de janeiro e 23 de agosto de 2024, foram registrados mais de 102.670 focos de queimadas no Brasil, o maior número dos últimos 14 anos. Desde 2010, quando 114.265 focos foram registrados, não havia tantas queimadas neste período no país. A Amazônia Legal é responsável por mais da metade desses focos. Além disso, a área queimada neste ano é a maior da série histórica iniciada em 2003, com 113.677 km² de vegetação destruída até julho de 2024.

A formação de um corredor de fumaça oriundo das queimadas tem deixado estados como Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul em alerta. Segundo o perito ambiental Rafael de Souza Tímbola, a fumaça densa é arrastada por correntes de ar, cobrindo extensas áreas do país. Além de prejudicar a qualidade do ar para os seres humanos, os animais também sofrem com as queimadas. Nos últimos dias, pelo menos três onças-pintadas foram resgatadas com ferimentos nas patas causados pelo fogo.

 

Toda essa fumaça tem formado uma densa camada cinza na atmosfera, sendo arrastada por correntes de ar e formando um verdadeiro “corredor de fumaça” que cobre extensas áreas do país”, explicou o perito ambiental. 

 


Onça-pintada é resgatada de área de queimada com ferimentos graves nas patas.| Foto: Álvaro Rezende/Governo de Mato Grosso do Sul.

 

A situação crítica reflete falhas na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva e, em especial, o comando de Marina Silva à frente do Ministério do Meio Ambiente. Analistas apontam para um combate ao desmatamento ineficiente e a limitação de recursos para órgãos ambientais. Em novembro de 2023, durante a pior seca registrada na história, foram alocados R$ 405 milhões para o Fundo Amazônia, mas esse dinheiro ficou só no papel, pois ainda não foi distribuído para os estados que compõem a Amazônia Legal. O orçamento destinado ao combate de incêndios foi cortado em cerca de 50% em 2024, com o Ibama recebendo apenas R$ 50 milhões dos R$ 120 milhões solicitados.

 


IMAGENS FORTES! – Vídeo: Na cidade de Descalvado, São Paulo, animais foram encontrados carbonizados e outros ainda agonizavam devido aos ferimentos causado pelas chamas.

 

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que “o clima mudou, mas, infelizmente, as práticas não mudaram. Mas vão ter que mudar. Na Amazônia e no Pantanal não tem incêndio natural, qualquer incêndio foi por ação humana.” Ela destacou a necessidade de investigações para determinar se houve intencionalidade ou se os incêndios ocorreram devido a práticas culturais inadequadas de uso do fogo.

Desde que assumiu o cargo, a ministra Marina Silva tem enfatizado que o combate ao desmatamento é fundamental para evitar o aumento das queimadas. Apesar de uma redução nos índices de desmatamento no ano passado, a situação das queimadas piorou. “Se nós não tivéssemos uma redução do desmatamento no ano passado, de 45,7%, nós estaríamos em uma situação incomparavelmente pior“, argumentou a ministra.

 

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As queimadas na Amazônia foram usadas politicamente para atacar o governo de Jair Bolsonaro, culpando-o pela situação. Agora, na gestão petista, a narrativa mudou, atribuindo a culpa às mudanças climáticas. Rebeca Youssef, advogada agroambiental, criticou a hipocrisia do ambientalismo nesta gestão.

 

A seca é cíclica, sabemos. A hipocrisia do ambientalismo também: surge a cada governo com uma crença diferente, não por convicção, mas por conveniência. Até outro dia (ou outro governo, aquele que não se pode nomear) as queimadas tinham nome: desmonte ambiental. De lá pra cá (ou daquele governo para este), o vilão não tem mais nome presidencial. Jogaram a culpa nas ‘mudanças climáticas’, essa entidade que ninguém sabe bem o que significa“, escreveu Rebeca Youssef.

 

Historicamente, o mês de setembro costuma ser o período mais crítico da estiagem na Amazônia. No entanto, neste ano, em agosto, os rios da Amazônia já registram recordes de baixas cotas na comparação com as séries históricas do mês. De acordo com dados do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), órgão ligado ao Ministério da Defesa, o Rio Solimões está 3 metros abaixo da média observada nesse período do ano, e alguns de seus afluentes, como os Rios Madeira e Acre, registram cotas próximas aos mínimos históricos.

O analista em ciência e tecnologia do Censipam, Flávio Altieri, afirma, no entanto, que ainda é cedo para afirmar que a seca será a mais intensa registrada na região.

 

De forma geral, as condições hidrológicas dos principais rios estão piores do que as observadas em 2023, ano marcado pela pior seca na Amazônia. As previsões climáticas indicam que não há sinais de melhora no quadro de chuvas para os próximos meses. No entanto, devido à vasta extensão territorial e à diversidade da região, não é possível garantir que a seca de 2024 será mais severa“, disse Altieri.

 

As queimadas são agravadas pelo período seco na Amazônia e no Pantanal. “Todos os anos assistimos à mesma cena. A seca, impiedosa, transforma proprietários rurais em vigilantes. O fogo não escolhe trajeto nem o grau de conformidade do imóvel rural“, aponta a advogada agroambiental Rebeca Youssef, que mora em Cuiabá (MT). O Mato Grosso é o estado que registrou o maior número de focos de queimadas neste ano.

 

Para tentar mitigar os danos causados pelas queimadas, o governo federal mobilizou 1.489 brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para atuar na Amazônia. Além disso, uma medida provisória foi editada para destinar R$ 137 milhões especificamente para combater os incêndios no Pantanal.

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